Sua empresa investe em ações para proteger e reduzir os impactos negativos da operação no meio ambiente e na comunidade, além de ter boas práticas de governança corporativa? Se sim, a melhor forma de divulgar os resultados é por meio de um relatório de sustentabilidade.
Ser sustentável é um valor empresarial forte que impacta positivamente os stakeholders e consumidores, pois esses públicos valorizam soluções inovadoras de utilização racional dos recursos.
Por isso, comunicar os frutos das ações adotadas é estratégico. Segundo a ‘Pesquisa de Inovação Semestral 2022 – Indicadores Básicos’, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2024, o índice de empresas que publicaram relatórios aumentou para 15,8% — em 2021, foi 12%.
Os setores que produziram mais diagnósticos foram:
- bebidas (38,8%);
- produtos do fumo (36,4%);
- produtos químicos (30,7%);
- indústrias extrativas (29,4%);
- fabricação de coque e derivados do petróleo e de biocombustíveis (25,3%).
Quer colocar essa ideia em prática? Continue no artigo e entenda o que é um relatório de sustentabilidade, para que serve, como fazer, para quem é obrigatório, vantagens e principais metodologias.
Boa leitura!
O que é um relatório de sustentabilidade?
O relatório de sustentabilidade é um documento que divulga as metas ambientais, sociais e de governança (ESG) de uma empresa, juntamente dos resultados alcançados para cada objetivo e o progresso conquistado em relação a anos anteriores, quando existe histórico.
A avaliação vai além da simples comunicação dos ideais sustentáveis e números da empresa. Isso porque o documento avalia os planos de ação dos objetivos implementados, os acertos e as melhorias.
O relatório é o primeiro passo para a implementação de uma estratégia ESG eficiente, que ajuda a definir metas, medir o desempenho, gerir impactos e riscos relacionados à sustentabilidade e compreender como a organização gera valor para as partes interessadas.
Qual o propósito principal do relatório de sustentabilidade?
O relatório comunica de forma clara, objetiva e organizada a efetividade das ações, como economia energética, mudanças nos tipos de insumos e matérias-primas para fabricação, seleção de fornecedores sustentáveis e os resultados.
Essas mudanças impulsionam a inovação corporativa, pois é fundamental atualizar processos e mudar a cultura organizacional para priorizar o aspecto sustentável.
Ou seja, o relatório detalha as informações relacionadas ao desempenho não financeiro, em quais medidas a organização investe e dados que embasam as prioridades em determinadas áreas do negócio.
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Como fazer um relatório de sustentabilidade?
O processo de criação do relatório de sustentabilidade muda conforme a metodologia adotada para o documento. Porém, alguns passos são fundamentais para incluir todas as informações necessárias na estrutura. Confira:
- Identificar questões de sustentabilidade: são as preocupações e desafios mais importantes para a organização e as partes interessadas em relação aos impactos ambientais, sociais e econômicos.
- Definir metas SMART e métricas de sustentabilidade: analisar os objetivos da organização e garantir o alinhamento com os esforços de sustentabilidade.
- Coletar e analisar dados: o objetivo é medir o progresso dos objetivos de sustentabilidade da organização definidos na etapa anterior.
- Adaptar os dados à estrutura do relatório: a equipe define a ordem das informações na estrutura para garantir a transparência dos dados do documento.
- Escrever o relatório de sustentabilidade: o texto deve ser claro, objetivo e bem diagramado para facilitar a leitura e a compressão dos dados, o que deixa o documento compreensível a todos.
- Apresentar o resultado às partes interessadas: o envolvimento com os stakeholders é crucial no processo de divulgação do desempenho. Além disso, o acesso ao público geral por meio do site da empresa amplia o alcance
Metodologias e indicadores para elaboração de relatórios de sustentabilidade
Para fazer o relatório, é necessário escolher uma metodologia e indicadores para elaboração do documento e, assim, ter diretrizes claras sobre quais informações incluir. Conheça algumas opções:
1. Estruturas padronizadas de relatórios de sustentabilidade
As empresas podem utilizar estruturas de relatórios de sustentabilidade reconhecidas, como a Global Reporting Initiative (GRI) ou o Carbon Disclosure Project (CDP).
Esses padrões fornecem diretrizes estruturadas para avaliar e divulgar informações ambientais, sociais e de governança.
2. Integração da sustentabilidade com os dados de desempenho geral
Incorporar o relatório de sustentabilidade nas divulgações de desempenho geral da empresa é outra possibilidade.
Dessa forma, a equipe alinha as métricas e objetivos sustentáveis com os relatórios financeiros e outros indicadores-chave de desempenho, como índice de tratamento de resíduos, taxa de reaproveitamento de materiais, porcentagem de reciclagem, para fornecer uma visão abrangente do desenvolvimento da empresa.
3. Diretrizes do International Integrated Reporting Committee (IIRC)
O IIRC desenvolveu diretrizes para criação de relatórios integrados, que unem informações financeiras e não financeiras no mesmo documento.
Assim, as empresas organizam as informações catalogadas e dão uma visão integrada e equilibrada do desempenho da empresa, o que inclui os detalhes do relatório de sustentabilidade.
4. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)
As empresas de capital aberto, listadas na B3, bolsa de valores brasileira, usam o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) como referência no relatório de ações sustentáveis.
A metodologia do ISE B3 tem critérios específicos que mostram o desempenho de sustentabilidade de empresas em vários setores.
Ao cumprir as diretrizes definidas pela B3, as empresas aumentam sua credibilidade, reputação e sustentabilidade.
5. Sustainability Accounting Standards Board (SASB)
Os padrões do Sustainability Accounting Standards Board (SASB), conselho norte-americano, priorizam os impactos da sustentabilidade no desempenho financeiro de uma empresa.
Ao todo, o SASB disponibiliza mais de 70 padrões específicos para diferentes setores. Os critérios auxiliam em benchmarkings e na criação de uma estrutura de relatório padronizada.
Observação: vale destacar que não é obrigatório utilizar diretrizes padrão e benchmarkings com instituições para fazer um relatório de sustentabilidade.
Cada organização, conforme suas ações, desempenho e expectativas das partes interessadas, determina qual modelo de documento é mais relevante e alinhado aos seus objetivos.
Ao selecionar a estrutura de report apropriada, as empresas comunicam claramente os seus esforços de sustentabilidade, mostram os avanços e demonstram o seu compromisso com práticas empresariais responsáveis.
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Quais são os benefícios dos relatórios de sustentabilidade?
Não dá para melhorar o que não compreendemos, certo? Por isso, à medida que os relatórios de sustentabilidade evoluem, as organizações compreendem melhor como as ações sustentáveis impactam as operações e identificam vantagens competitivas.
Outros benefícios são:
- Inovação e criação de oportunidades: explorar tecnologias e modelos de negócios inovadores que gerem novas oportunidades de mercado.
- Eficiência operacional: melhorar a operação e reduzir custos por meio de práticas mais sustentáveis.
- Atração, engajamento e retenção de talentos: os profissionais valorizam empresas com estratégias sociais fortes e compromisso com o meio ambiente.
- Valorização da marca: o reconhecimento da marca como uma organização socialmente ativa e amiga do ambiente é bastante positivo no mercado.
- Mitigação de riscos: reduzir as chances de descumprimento das obrigações regulatórias e garantir a licença ambiental para operar, quando necessário.
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Escolher o melhor abastecimento energético para o seu negócio, é o primeiro passo para ter uma empresa verde e, posteriormente, comunicar os avanços no relatório de sustentabilidade.
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