Já reparou na quantidade de lixo que é gerado na sua casa por dia? Provavelmente sim. E já pensou que pelo menos uma parte pode ser reaproveitada? Uma alternativa viável para a maioria das casas é a compostagem doméstica.
No Brasil, são gerados mais de 80 milhões de toneladas de lixo por ano, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb). Haja espaço nos lixões e aterros sanitários, não é mesmo?!
Mas tão fácil quanto separar plástico, vidro e metais para fazer a coleta seletiva e direcionar esses itens para a reciclagem, é fazer compostagem em casa com o lixo orgânico do dia a dia.
Quer saber o que é, como fazer compostagem doméstica, o que colocar e o que não colocar e os benefícios para o meio ambiente? Continue lendo este artigo e aprenda tudo sobre esta técnica.
Boa leitura!
O que é compostagem doméstica?
A compostagem doméstica é o processo que transforma o lixo orgânico em um adubo natural e rico em nutrientes para ser utilizado em plantas, hortas e outras formas de cultivo.
O chorume, produto da decomposição de alimentos, é rico em fósforo, um nutriente importante para as plantas, o que permite manter cultivos mais sustentáveis e que não agridem o meio ambiente como a adubação química.
Utilizando um ambiente controlado, a decomposição do lixo orgânico é aproveitada, dando outro fim para os resíduos que descartamos costumeiramente na lixeira.
Essa é uma forma simples de reduzir a geração de lixo dentro das casas, afinal as cascas de fruta e ovos, alguns vegetais e outros alimentos representam grande parte do lixo doméstico.
Mesmo sendo um método relativamente fácil, é importante ter cuidado na montagem e manutenção da composteira, a estrutura na qual é feita a transformação do lixo orgânico em adubo, para que ela cumpra o seu objetivo principal.
Leia também: Como reciclar o lixo em casa? Aprenda 5 formas.
Por que fazer compostagem em casa?
A compostagem doméstica ou caseira é importante, primeiro, para a diminuição da quantidade de resíduos descartados por residência e, segundo, porque ajuda a manter áreas de cultivo sem prejudicar o solo, a água e o ar.
Muitas pessoas fazem compostagem em sítios, onde mantêm pequenas produções de vegetais e hortaliças. Outro aproveitamento dessa técnica é a comercialização do adubo natural em forma de chorume ou húmus para pequenos produtores.
Esses são alguns dos motivos relevantes que incentivam as pessoas a investir na compostagem doméstica.
Então, se você está atento ao impacto que você e sua família geram no meio ambiente e além do consumo consciente, também gostaria de apostar em outras iniciativas, vale a pena conhecer a compostagem.
Como fazer compostagem em casa?
A estrutura da composteira doméstica é em formato de caixa e possui três partes separadas. Ela pode ser comprada pronta para uso em casas de produtos agrícolas.
Algumas pessoas com experiência em reciclagem montam a própria estrutura de compostagem utilizando um balde ou caixas de madeira. Nesses casos, é preciso ter mais domínio do processo para evitar erros que comprometam a eficácia da compostagem.
O próximo passo, depois da composteira pronta, é a escolha de um local para colocá-la. Esse ambiente precisa ser arejado e ficar longe do sol, da chuva, de animais de estimação e áreas de circulação.
Quem mora em apartamento pode fazer compostagem caseira também, se tiver um pouco mais de espaço disponível na cozinha, na área de serviço ou na varanda.
Vale destacar que o principal método de compostagem doméstica utiliza minhocas vermelhas, também conhecidas como californianas. As minhocas são as estrelas principais desse processo porque se alimentam dos restos orgânicos, acelerando a compostagem.
Por fim, com a caixa instalada e pronta para uso, o passo a passo para fazer compostagem doméstica é o seguinte:
1. Coloque a terra com as minhocas na caixa superior
A caixa superior da composteira é uma das caixas digestoras e onde fica o lixo orgânico. Ela tem furos no fundo que vão permitir que o excesso de líquido da decomposição dos resíduos escorra para a caixa de baixo e também alguns na tampa.
O primeiro passo da montagem é espalhar a terra com as minhocas em todo o fundo da caixa até cobrir toda a base.
2. Coloque os restos orgânicos
Ao colocar os restos orgânicos na composteira não espalhe. O correto é que você coloque os resíduos em um canto e cubra-os completamente com algum tipo de matéria vegetal seca como serragem, grama, palha ou folhas.
Isso equilibra os níveis de nitrogênio e carbono durante a compostagem e evita o aparecimento de moscas e de mau cheiro da decomposição.
3. Deixe os resíduos descansarem
A caixa gestora superior vai sendo cheia com mais lixo e os resíduos devem ficar “descansando” por, no mínimo, 30 dias para o ciclo de compostagem acontecer.
De 15 em 15 dias, o material pode ser misturado para aerar a terra. Isso contribui para que a decomposição aconteça mais rápido.
Caso faça muito calor na sua região, regue a composteira para manter a umidade da caixa, pois a umidade também é um fator fundamental para que as minhocas se mantenham vivas e trabalhando na decomposição dos resíduos orgânicos.
4. Troque a posição das caixas digestoras
Depois de completar o ciclo de 30 dias, a primeira caixa digestora passa para o meio e a segunda caixa digestora passa para o topo. Dessa forma, ela pode ser abastecida de terra com minhoca e receber mais lixo orgânico para ser decomposto por mais 30 dias.
Depois, o ciclo se repete, assim como o revezamento das caixas, e a composteira se mantém ativa e gerando adubo de forma natural e sustentável.
5. Retire o adubo
Ao completar o segundo ciclo, a caixa do meio terá uma terra rica em nutrientes, chamada de húmus de minhoca, um adubo natural poderoso que pode ser usado em diversos cultivos e nos cuidados com as plantas e nos jardins de casa.
Para retirar o húmus, coloque a caixa no sol, pois as minhocas vão para o fundo para fugir da luz e, assim, é possível raspar a terra sem retirá-las.
Na terceira caixa, fica armazenado o chorume orgânico, também chamado de biofertilizante líquido, que pode ser diluído em água e ser usado para regar plantas e o jardim.
Veja o processo explicado passo a passo no vídeo abaixo:
O que colocar na compostagem doméstica?
Na compostagem doméstica pode ser colocado:
- cascas, talos e restos de legumes, verduras e frutas não cítricas;
- casca de ovo;
- borra de café;
- saquinhos de chá;
- folhas secas e restos do jardim.
O que não devo colocar na compostagem?
Entre os itens proibidos de serem colocados na compostagem estão:
- frutas cítricas (laranja, abacaxi, limão, etc.);
- nenhum tipo de derivado do leite;
- arroz;
- carnes (frango, peixe, carne bovina);
- ossos de carne;
- alho;
- cebola;
- gorduras;
- nozes pretas;
- massas e bolos e outros que contenham trigo;
- restos de plantas doentes;
- papéis em geral (jornal, catálogos, revistas);
- dejetos de cães e gatos;
- serragem de madeira tratada com verniz ou outra substância química.
A razão para que os itens acima sejam vetados na compostagem doméstica é porque o tempo de composição é lento, o que acaba gerando mau cheiro e atraindo animais e insetos para o ambiente.
Além disso, a decomposição de alguns resíduos como gorduras e arroz não favorecem o enriquecimento da terra que se transformará em adubo, consequentemente, podem fazer mal às plantas.
Já as fezes de animais de estimação podem ter vírus ou parasitas que matam as minhocas e ainda contaminam a terra, impossibilitando o uso.
Por fim, os diferentes tipos de papel, especialmente os que têm algo impresso, estão cheios de produtos químicos pesados e tinta que não são biodegradáveis.
Dessa forma, o recomendado é separar os papéis que já não tem mais utilidade e levar até um ponto de reciclagem específico para esses materiais.
Quais são as vantagens da compostagem doméstica?
Vamos destacar as vantagens em dois segmentos para o meio ambiente e para quem faz a compostagem em casa.
Vantagens para o meio ambiente
Os lixões e aterros sanitários que recebem o lixo doméstico coletado pelos caminhões são grandes áreas que geram bastante poluição. Isso porque o processo de decomposição do lixo gera uma grande quantidade de gás metano.
O metano é um dos gases poluentes da atmosfera responsável pela destruição da camada de ozônio e também contribui para o efeito estufa que aumenta a temperatura da Terra.
Além disso, o acúmulo do chorume produzido pode contaminar o solo e chegar até os lençóis freáticos, de onde é captada a água para consumo e uso geral.
De forma complementar, se escalarmos esse pensamento e considerarmos a quantidade de lixo que é gerado por ano, não só no Brasil (80 milhões de toneladas), mas também no mundo, a geração de resíduos domésticos tem um impacto significativo.
Então, a vantagem da compostagem doméstica para o meio ambiente é que essa prática reduz a quantidade de lixo que vai para os lixões e aterros, dando utilidade para os resíduos que seriam descartados.
Quanto mais popular se tornar essa prática, mais a população pode contribuir diretamente com a preservação do solo, da água e do ar.
Mesmo a compostagem doméstico suprindo uma demanda em pequena escala para as atividades como cuidados com as plantas, hortas caseiras e jardim, ela consegue atender pequenos produtos agrícolas que investem em cultivos orgânicos.
Então, ao invés de utilizar fertilizantes químicos, tanto o húmus quanto o chorume da compostagem podem substituí-los, eliminando um custo da produção e protegendo o espaço do cultivo.
Isso contribui para aumentar a qualidade dos alimentos que os produtores orgânicos conseguem produzir. Tudo isso fazendo um investimento mínimo, pois a principal matéria-prima é o próprio lixo doméstico.
Vantagens para quem faz a compostagem
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o lixo orgânico como restos de alimentos crus ou cozidos representam 50% dos resíduos urbanos descartados no Brasil.
Então, quem busca uma forma simples de ter hábitos e atitudes mais sustentáveis, pode utilizar a compostagem doméstica, pois tem o principal para mantê-la ativa: o lixo de casa.
Uma atitude consciente pode inspirar outras e essas ações fazem diferença para a comunidade que cada pessoa está inserida.
As pessoas que fazem a compostagem conseguem economizar nos cuidados com a casa, produzindo o próprio adubo ou manter uma pequena horta, de onde pode colher verduras frescas e sem substâncias poluentes.
Além da própria casa, é possível compartilhar a iniciativa de vizinhos e disseminar essa ideia para que mais pessoas contribuam com o reaproveitamento do lixo orgânico.
Contudo, mesmo tendo muitas vantagens, a compostagem doméstica ainda não é uma técnica muito difundida no Brasil. No país, apenas 1% dos resíduos orgânicos são reciclados.
Por isso, agora que você já conhece essa prática, pode não só colocá-la em prática, mas também divulgá-la para mais pessoas.
Leia também: Qual o tipo de lâmpada mais econômica para residência?
Inclua outras iniciativas sustentáveis em casa
Ter uma casa sustentável não exige tantos gastos quanto se imagina. O investimento para fazer a compostagem que abordamos neste artigo é baixo, variando de acordo com o tamanho da caixa, e é uma estrutura que vai ser utilizada por muitos anos.
Além da compostagem doméstica que contribui para a redução da quantidade de lixo orgânico que chega aos lixões e aterros sanitários, diminuindo a poluição do solo e do ar gerada pela decomposição, o abastecimento doméstico com energia solar é outra iniciativa sustentável viável para adotar em casa.
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