Já imaginou interligar 8.516.000 km² de área para fornecer energia? Essa é a realidade do nosso país e isso não seria possível se não existissem os submercados de energia elétrica.
Hoje, a infraestrutura de transmissão e distribuição é formada por uma rede ampla e complexa que atende a maioria dos estados.
Só não podemos afirmar que 100% do Brasil está interligado, pois o estado de Roraima ainda não faz parte do SIN, e os estados Amazonas e Amapá estão apenas parcialmente vinculados ao fluxo do sistema.
Entender como funcionam os submercados de energia é importante para conhecer as possibilidades do comércio de energia no país.
Além disso, conhecendo a estrutura por trás do fornecimento, a consciência sobre os potenciais e as limitações no setor permitem desenvolver um pensamento mais sustentável nos negócios.
Quer entender melhor esse contexto? Continue a leitura e compreenda o conceito de submercados de energia, por que eles existem e como os estados estão alocados nessa divisão.
O que são submercados de energia?
Submercados de energia são as divisões do Sistema Interligado Nacional (SIN) que fazem a transmissão e a distribuição de energia elétrica do Brasil. Cada um possui seu próprio PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), que é cobrado dentro de suas fronteiras.
Quem mantém o controle e a continuidade das operações do SIN e nos submercados de energia é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que comanda todas as etapas do fornecimento.
Acima do ONS, está a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), responsável pela fiscalização e regulamentação das atividades no setor, e que também define a tarifa de energia a ser paga.
Confira no vídeo abaixo todos os detalhes sobre o Sistema Interligado Nacional:
Para que os submercados foram criados?
A extensão territorial do Brasil é um dos motivos pelos quais os submercados de energia elétrica foram criados.
Porém, não só o tamanho do território que influenciou essa decisão. As características físicas de cada parte do país impõem limitações para a instalação dos equipamentos que interligam as regiões.
Dessa forma, os submercados de energia ajudam a tornar o fornecimento de energia mais eficiente, seguro e abrangente.
Uma das vantagens da divisão atual é fazer o aproveitamento da sazonalidade de chuva de cada região, mantendo o equilíbrio no fornecimento de energia.
Outra vantagem da criação dos submercados é a confiabilidade do sistema (SIN). Se uma região passa por uma interrupção, o SIN consegue redirecionar energia de outra para suprir a necessidade de energia.
Além disso, os submercados de energia permitem balancear o uso das fontes de energia existentes, incentivando muito as fontes renováveis, o que contribui para a reduzir os custos de produção de energia elétrica e preservar o meio ambiente.
Quantos e quais são os submercados do Brasil no contexto do SIN?
Atualmente, existem quatro submercados de energia no Brasil (veja o mapa abaixo) que são:
- Sudeste/Centro Oeste;
- Sul;
- Nordeste;
- Norte.
No submercado Sudeste/Centro Oeste (laranja) estão: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre.
Do submercado de energia do Sul (cinza escuro) fazem parte: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Já o submercado do Nordeste (rosa) inclui os estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Por fim, fazem parte do submercado de energia elétrica do Norte (verde oliva): Maranhão, Tocantins, Pará, Amapá e Amazonas.
O estado de Roraima é o único que ainda não faz parte do submercado de energia do Brasil e, atualmente, o abastecimento de energia elétrica da região vem da Venezuela. Mas já existem iniciativas para integrá-lo ao mapa brasileiro.
Como funciona o mercado de energia?
Toda essa organização serve de base para organizar o funcionamento do mercado de energia no país, gerido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CEE).
Com a estrutura física para geração, transmissão, distribuição e consumo definida como vimos acima, é importante entender como funciona a parte comercial do fornecimento de energia.
Os contratos de compra de energia podem ser feitos de duas maneiras:
- Pelo Ambiente de Contratação Regulado (ACR); ou
- Pelo Ambiente de Contratação Livre (ACL).
No ACR, as distribuidoras participam de leilões para compra e fornecimento de energia por meio de licitações. O negócio é firmado em um Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR).
Em cada região do país existem diferentes distribuidoras que prestam seus serviços, cobrando um valor mensal do consumidor final de acordo com o seu consumo.
Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), não existem leilões. A compra é feita diretamente com os comercializadores ou geradores de energia.
A vantagem principal de comprar via ACL é negociar livremente preço, prazo e volume de energia necessária.
Além disso, é possível ter acesso a outras fontes de energia mais sustentáveis como energia solar, energia eólica, energia geotérmica, entre outras.
Essa alternativa é muito utilizada por empresas que gastam uma grande quantidade de energia por mês, pois a negociação nesse ambiente é realmente vantajosa.
No final do mês, o consumidor do ACL paga uma conta relacionada ao valor de energia adquirido e outra referente à distribuição paga à empresa local que presta o serviço.
Quer conhecer melhor o funcionamento desses dois ambientes? Leia também o artigo: Entenda as diferenças entre ACR e ACL na compra de energia.
Influência do PDL de energia nos submercados
O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) regula os preços de todas as negociações em cada submercado de energia elétrica nacional.
O valor máximo e mínimo do PLD é definido pela ANEEL todos os anos e leva em consideração fatores como:
- Valor do combustível;
- Necessidade de energia dos consumidores;
- Volume de produção das usinas hidrelétricas;
- Condições climáticas (abundância de chuvas, crises hídricas), entre outros.
A partir de 2021, passou a vigorar o PLD horário, ou seja, acontecem publicações diárias determinando os valores hora a hora para o dia seguinte.
Dessa forma, o PLD equilibra as diferenças entre a energia contratada e os montantes realmente gerados ou consumidos em cada submercado.
Entenda melhor esse cenário assistindo ao vídeo abaixo:
Quer mais liberdade para negociar energia?
Agora que você entende como funcionam os submercados de energia e as negociações possíveis, pode conhecer melhor o Mercado Livre de Energia e as suas vantagens:
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