Um país de dimensões continentais como o Brasil precisa de uma grande estrutura para levar energia elétrica para todo país e ela existe e é gerenciada e regulamentada pelo setor elétrico brasileiro (SEC).
Vários órgãos governamentais trabalham juntos para gerenciar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização de energia elétrica. Mesmo com uma rede bem montada, manter essa infraestrutura ativa gera desafios para a eficiência energética do país.
Para entender melhor a situação atual do setor elétrico brasileiro e como ele funciona para levar eletricidade às indústrias, ao comércio e às residências do país, fizemos um panorama do passado, presente e do futuro energético do país.
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Como foi a evolução histórica do setor elétrico brasileiro?
A geração de eletricidade no Brasil começou no final do século XIX, encabeçada por pequenas empresas privadas locais e empresas de governos municipais de cidades que eram destaque na época.
No início do século XX chegaram ao país as primeiras empresas internacionais do setor de geração de energia, o que permitiu ampliar o acesso à eletricidade nas áreas urbanas e industriais que ficavam próximas às fontes geradoras.
Os Estados que mais receberam essas concessionárias estrangeiras na época foram Rio de Janeiro e São Paulo.
A Usina de Cubatão, inaugurada em 1921 pela The São Paulo Light and Power, foi uma das primeiras usinas do país construída com as técnicas mais modernas da época para formação de barragens.
Assim como em outros países do mundo, a chegada da eletricidade ampliou o desenvolvimento econômico no Brasil, cuja base era a produção de café, abrindo espaço para o setor industrial.
Até o final da década de 1930, as concessionárias estrangeiras proporcionaram o acesso a eletricidade, mas também obtiveram lucros consideráveis, já que não existia uma regulamentação nacional para geração e comercialização na época.
Isso mudou com a promulgação do Código de Águas em 1934, considerado o primeiro marco institucional do setor elétrico brasileiro. As principais mudanças estabelecidas pelo código foram:
- regulamentação da propriedade dos recursos hídricos;
- regulamentação para autorização de uso das águas;
- permissões e concessões para explorar serviços de energia no país;
- determinação das tarifas para a comercialização da eletricidade.
Para se ter uma ideia, a tarifa cobrada pelas empresas estrangeiras era baseada na tarifa do ouro e com o Código, a tarifa passou a ser baseada na moeda nacional.
As novas regras causaram impacto no mercado e, na época, as empresas de fora se diziam desestimuladas a continuar investindo, pois não tinham capital.
As discussões sobre estatizar ou privatizar o setor elétrico começaram nessa época (1939). O fim da 2ª Guerra Mundial gerou um clima de instabilidade que afetou política e economicamente o mundo todo.
Nas décadas seguintes, começaram a surgir as companhias energéticas estatais pelo país, em que os governos de cada estado promoviam iniciativas para aproveitar o potencial regional.
A Central Elétrica de Furnas foi resultado dessas iniciativas regionais. A empresa foi criada em 1957 e a Usina Hidrelétrica de Furnas entrou em operação em 1963, quando o país vivia uma crise de abastecimento.
Em 1970, foi inaugurada a Usina Hidrelétrica de Paraibuna (SP). A Usina Hidrelétrica de Itaipu, maior geradora de energia limpa e renovável do mundo, foi inaugurada em 1980 e gera 10% da energia consumida no Brasil.
A crise econômica na década de 1980 e 1990, que também afetou as estatais do setor elétrico e junto com fatores ambientais, iria resultar na crise energética do início dos anos 2000, que teve como marco a política de racionamento de 2001.
Para recuperar o setor, o governo começou o processo de privatização de algumas empresas estatais para diminuir a dívida pública, aumentar a eficiência da geração e o potencial de investimento das empresas.
O novo modelo do setor elétrico brasileiro incluiu a competição na geração e na comercialização de energia com o objetivo de estimular a criação de novas fontes geradoras e permitir a livre escolha do fornecimento para grandes consumidores.
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Como funciona o setor elétrico brasileiro atualmente?
Depois de passar por diversas transformações e enfrentar inúmeros desafios ao longo das décadas, hoje, o setor elétrico brasileiro funciona dividido em quatro segmentos principais:
- Geração: gerencia as fontes geradoras que abastecem o país;
- Transmissão: a estrutura que leva energia dos pontos de geração aos de distribuição;
- Distribuição: são as estações que convertem a energia para uma tensão menor e levam até o consumidor final;
- Comercialização: mecanismos de compra e venda de energia no ambiente de contratação livre (ACL).
Os segmentos acima são gerenciados por uma rede de órgãos governamentais que regulamentam e acompanham todas as atividades que envolvem o setor elétrico.
Conheça melhor cada área no artigo: ‘Instituições do setor elétrico: entenda a função de cada uma’.
Qual é o futuro da energia elétrica no Brasil?
De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia que traçou projeções para o setor elétrico brasileiro até 2024, a matriz elétrica nacional vai manter sua base renovável, atingindo um potencial de geração de 73 mil MW.
Para o crescimento do setor, os investimentos estão voltados para outras fontes limpas como energia eólica, energia solar, construção de PCHs e energia de biomassa.
A expectativa é que essas fontes ajudem a compensar a queda nos reservatórios e, consequentemente, na geração de médias e grandes hidrelétricas.
Outra tendência é que a figura do consumidor mude, tornando-se mais ativo tanto para negociar no Mercado Livre de Energia quanto para gerar a energia por conta própria por meio das políticas de Geração Distribuída.
Essas iniciativas são parte do objetivo de descarbonizar a matriz elétrica nacional, que também inclui o investimento em hidrogênio. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou em 2021 as ‘Bases para a Consolidação da Estratégia Brasileira do Hidrogênio’ para construir e colocar em prática a estratégia do país.
Ganhe autonomia na compra e geração de energia
Com o aumento constante do consumo e, consequentemente, da demanda de eletricidade, o setor elétrico brasileiro precisará continuar se adaptando e investindo para gerar mudanças positivas em todos os pilares do setor.
Hoje, as empresas que possuem uma demanda maior podem negociar em um mercado exclusivo, assim como os consumidores cativos podem ter acesso a energia limpa gerando ou comprando de empresas que adquirem de fornecedores sustentáveis.
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