Com a drástica queda nos preços da energia, o cenário é favorável para os consumidores.
Reservatórios abastecidos, aumento na geração por fontes incentivadas, redução no consumo e as sobras de energia no portfólio de grandes geradores são os fatores que têm forçado o preço da energia para baixo. Esse cenário beneficia os consumidores, em especial, os do Mercado Livre, que negociam contratos aproveitando o preço baixo principalmente no curto prazo.
Para se ter uma ideia do tamanho da queda, no terceiro trimestre de 2021, contratos futuros para 2023 chegaram a ser negociados a mais de R$300/MWh. Hoje, esses acordos desabaram para a casa dos R$70/MWh, o que significou uma redução de mais de 75%.
“Toda essa queda no final do dia se transforma em benefício para quem está no Mercado Livre e tem uma gestão de energia eficiente, capaz de identificar o melhor momento para a contratação e assim gerar ganhos para o negócio”, avalia o gerente de Monitoramento Estratégico da Esfera Energia, Daniel Ito.
CENÁRIO
Em 2023, é registrada uma das melhores condições de abastecimento dos reservatórios de água das usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN). No início de março, por exemplo, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste – o mais importante do SIN – atingiu 79,1% da capacidade máxima.
Nesse cenário, como mais de 60% da energia gerada no Brasil vem das hidrelétricas, o bom abastecimento dos reservatórios preserva os preços da energia em um patamar mais baixo no curto prazo.
Outro fator importante é a redução no consumo de energia, que segue abaixo do planejado pelo ONS e com projeções de consumo futuro também em queda.
Além disso, também tivemos nos últimos anos uma forte expansão da micro e minigeração distribuída (MMGD), modelos incentivados de produção, os quais injetam no sistema uma energia mais barata.
FUTURO
Para o cenário 2023-2026, a tendência dos preços tanto da energia convencional quanto da incentivada segue em queda. Contratos para suprimento de energia negociados em 2021 por R$240/MWh, despencaram para R$110/MWh, ou seja, mais de 50% de redução, como se observa nos gráficos abaixo:
Fonte: Esfera Energia
Fonte: Esfera Energia
Sobre o panorama futuro, Ito afirmou que a boa condição estrutural garante o atendimento à carga com baixo custo. Somado a isso, as sobras de grandes geradores devem manter os preços de energia em um patamar baixo nos próximos meses. Por isso, para o gerente essa é a melhor oportunidade em anos para comprar no Mercado Livre de Energia.
“Só com a Eletrobras, 13 usinas que estavam destinadas ao Mercado Cativo passam a estar disponíveis para o Mercado Livre, liberando mais de 7 GWm nos próximos 5 anos. Para se ter uma ideia, esse volume de energia representa cerca de 10% do consumo do país”, concluiu Daniel Ito.
Quer saber mais sobre o Mercado Livre de Energia? Assista ao nosso vídeo: