Entender o que são derivativos de energia é essencial para fazer movimentações no mercado financeiro com mais segurança. De qualquer forma, é importante ressaltar que os derivativos são um instrumento financeiro, então é preciso compreender de maneira aprofundada o conceito antes de tomar qualquer decisão para a sua carteira.
Para começar, aqui vamos mostrar um panorama sobre os derivativos de energia e como eles estão relacionados com o Mercado Livre de Energia.
Confira!
O que são derivativos no mercado financeiro?
Derivativos são contratos que, como o próprio nome diz, derivam de outros ativos, tanto físicos quanto financeiros. O ouro, por exemplo, é considerado um ativo físico, enquanto uma taxa de referência é um ativo financeiro.
Normalmente, os derivativos são negociados por meio de contratos padronizados, os quais estabelecem a quantidade, prazo de liquidação e forma de precificação do ativo usado como referência.
Com os derivativos é possível se proteger das oscilações dos preços de um ativo. No caso da energia, o preço possui alta volatilidade, então uma alternativa é investir nos derivativos de energia para proteger suas operações.
Essa proteção, também chamada “hedge”, acontece justamente porque um derivativo tem um valor específico definido em contrato, o qual é válido até a data de vencimento estabelecida. Ou seja, o investidor fixa o preço no momento da compra ou venda, o qual se mantém independentemente das mudanças dos preços que ocorrerem no mercado.
O que são derivativos de energia?
Os derivativos de energia têm como ativo de referência o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O PLD é um ativo que sofre grandes oscilações de preço, de modo que os derivativos se tornam uma alternativa para proteger as companhias e reduzir os riscos, apesar de não haver a compra de um ativo físico em si (no caso, a própria energia elétrica).
Ficou confuso? É simples e vamos resumir para você: uma empresa pode negociar a compra direta do ativo físico, ou seja, comprar a energia elétrica e receber o registro na CCEE. Agora, caso a operação seja apenas financeira, então é possível negociar o derivativo, ou seja, um contrato que usa como referência o ativo e se proteger da volatilidade do PLD até o vencimento do contrato.
Por isso, é fundamental enfatizar que os derivativos de energia são produtos financeiros e não produtos físicos. Quem pode se beneficiar dessas negociações são:
- comercializadoras interessadas em especular o preço da energia com menor exposição financeira (pagamento apenas da diferença);
- consumidores que podem fixar o preço da compra de energia sem ficar exposto ao risco da contraparte entregar a energia (registro CCEE);
- geradores interessados em garantir suas receitas reduzindo o risco de inadimplência, que poderia afetar seu fluxo de caixa.
Os contratos de derivativos de energia podem ser negociados na B3 de três formas diferentes:
- Contratos a Termo;
- Swap;
- Opção.
Explicaremos a seguir mais detalhes sobre cada uma dessas modalidades.
Contratos a Termo
Os contratos a termo definem a quantidade e preço do ativo financeiro no momento da negociação para realizar a liquidação em uma data no futuro, a qual também é estabelecida durante a negociação inicial.
Considerando o contrato a termo de energia, é possível fixar previamente o valor do PLD. Na liquidação, o cálculo vai considerar a diferença entre o preço fixado e o preço de mercado do PLD.
Swap
Swap é o acordo feito entre dois investidores para trocar a rentabilidade de dois ativos, tendo como base a comparação de dois indexadores.
De acordo com informações da B3, alguns exemplos de indexadores que podem ser combinados são: “índices de inflação (IPCA e IGP-M) ou de ações (Ibovespa e IBrX), taxas de juro (CDI, pré-fixada, Selic e TJLP), taxa de câmbio (dólar, euro e iene), entre outros. E para o mundo de energia, podem ser utilizados os diversos tipos de PLDs existentes (PLD SE/CO, PLD Nordeste, etc).”
Opção
Opção ou “opções” são o direito de negociar um ativo (comprar ou vender) com um preço fixo em uma data futura, ambos previamente definidos. A opção de compra é chamada “call” e a opção de venda é denominada “put”.
Qual a relação entre derivativos de energia e o Mercado Livre de Energia?
No Mercado Livre de Energia, empresas podem negociar preços, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com o gerador ou comercializador de energia elétrica. A compra é de um produto em si (a energia) e os valores acordados são válidos ao longo de toda a vigência do contrato.
Porém, outra forma de negociar energia é por meio de derivativos, mas não há a compra do ativo físico, como explicamos anteriormente, a estratégia é se proteger das oscilações do PLD através de instrumentos financeiros.
Confira no vídeo abaixo todos os detalhes sobre o que é o PLD e como ele é calculado:
Veja aqui como o preço de energia no Mercado Livre é definido.
O fato é que os investidores, estejam eles no Mercado Livre de Energia ou no Mercado Cativo, podem se proteger das oscilações de preços da energia elétrica. Inclusive, vale explicar que o setor de energia elétrica brasileiro está segmentado em dois ambientes: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL).
O ACR, também chamado Mercado Cativo, é aquele em que os consumidores pagam as tarifas com os preços definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Por outro lado, o ACL (o Mercado Livre de Energia) é aquele em que os consumidores livres negociam diretamente com os comercializadores de energia elétrica.
Dessa forma, eles têm mais autonomia para contratar a demanda que realmente precisam, com um preço mais vantajoso, podendo alcançar até 35% de redução de custos com energia elétrica.
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