Em julho, o boleto de luz ficou mais caro para os consumidores brasileiros devido ao acionamento da bandeira amarela na conta de energia, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Essa foi a primeira alteração na bandeira tarifária do país desde abril de 2022, após 26 meses com bandeira verde. Ou seja, as condições de geração de energia estavam favoráveis, mas o cenário mudou.
A mudança impacta diretamente a conta de luz dos consumidores cativos que fazem parte do Ambiente de Contratação Regulado (ACR). Ou seja, compram energia das distribuidoras locais e, portanto, estão sujeitos aos reajustes na tarifa de energia estabelecidos pela ANEEL.
Quer entender o motivo da bandeira amarela ter sido acionada?
Continue no artigo e entenda o que contribuiu para a mudança, os efeitos da bandeira tarifária amarela para consumidores cativos e do Mercado Livre de Energia, como a crise hídrica brasileira impacta a geração de energia.
Boa leitura!
O que é bandeira amarela na conta de energia?
A bandeira amarela na conta de energia elétrica significa que as condições de geração da energia no país estão menos favoráveis, o que causa um aumento nos custos repassados para os consumidores por meio da alteração do valor da tarifa.
Quando acionada, a bandeira amarela gera um custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh gastos na conta de luz.
Todos os consumidores do Mercado Cativo pagam por esse custo adicional, exceto os que estão enquadrados em critérios de baixa renda, como o Programa Luz para Todos, que atende à população rural e residente em regiões remotas da Amazônia Legal.
O sistema de bandeiras tarifárias foi implementado pela ANEEL em 2015, por meio da Resolução Normativa n° 547/13, para sinalizar aos consumidores cativos o custo real da produção de energia elétrica.
O objetivo das bandeiras é incentivar o uso consciente da energia, o que evita desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico.
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Crise hídrica brasileira e seus impactos na geração de energia
Desde o segundo semestre de 2023, o Brasil enfrenta chuvas abaixo da média histórica, influenciadas pelo fenômeno El Niño e suas consequências no oceano e na atmosfera.
Nas regiões Nordeste e Norte, o período úmido atrasou, e as chuvas só chegaram em fevereiro de 2024. Ainda assim, os índices foram abaixo da média. Em contrapartida, a região Sul experimentou eventos extremos, com grandes acumulados de chuvas, o que causou enchentes no Rio Grande do Sul.
Quanto à temperatura, o Brasil enfrentou dias consecutivos com registros acima da média, o que gerou ondas de calor em diversas regiões. Esse calor elevou o consumo de energia elétrica e levou a recordes na demanda.
A tendência de seca e temperaturas mais elevadas são as principais características do outono e do início do inverno de 2024.
Diante desse cenário, com um período úmido não muito favorável e a escassez hídrica nos meses seguintes, somados às temperaturas mais elevadas que o habitual, a preocupação com os níveis dos reservatórios hidrelétricos se intensificou.
Para evitar que os reservatórios entrem em níveis críticos, o acionamento de usinas termelétricas, cuja energia é mais cara em comparação às hidrelétricas, torna-se mais frequente.
O aumento no custo de geração é repassado ao consumidor cativo por meio do sistema de bandeiras tarifárias.
Outras bandeiras do sistema
A bandeira amarela na conta de energia é o primeiro estágio de alerta do sistema. Quando as condições de geração da energia estão com custos ainda mais altos, as bandeiras vermelhas (patamar 1 e 2) são acionadas, o que gera um aumento maior para o consumidor.
Em 2021, quando o Brasil passou pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos, o governo criou a bandeira de escassez hídrica, cujo valor é de R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumido.
Ou seja, quanto mais baixo é o nível baixo dos reservatórios, mais energia é gerada por meio das usinas termelétricas. O impacto dessa solução é o aumento exponencial no custo de geração, o que afeta toda a cadeia de consumo, desde empresas e indústrias até residências.
Como ficam os consumidores do Mercado Livre de Energia no período de bandeira tarifária amarela?
No Mercado Livre, as bandeiras tarifárias do Mercado Regulado não se aplicam. Cada agente é responsável por gerir seus próprios riscos, o que dá aos consumidores livres uma vantagem estratégica: mais previsibilidade orçamentária.
Isso acontece porque nesse ambiente de contratação, os consumidores podem negociar diretamente com seus fornecedores as condições de pagamento e prazos.
Porém, é importante lembrar que, mesmo no Mercado Livre de Energia, os consumidores pagam os encargos do governo, que são ajustados conforme os custos de geração de energia.
Se os custos sobem devido ao uso de termelétricas, esses encargos também aumentam.
Por isso, as empresas que operam no Mercado Livre devem estar atentas às atualizações no mercado energético nacional para aumentar a eficiência energética. Afinal, a energia pode ser contratada conforme a demanda do negócio.
Esse é um dos principais benefícios de estar no Mercado Livre de Energia: fechar contratos realmente adequados ao perfil de consumo da empresa.
Influência da crise hídrica no desenvolvimento de energias renováveis
A primeira solução em curto prazo para evitar um apagão em todo o sistema é a mudança da bandeira tarifária, o que evidencia a importância do consumo consciente de energia.
Porém, a crise hídrica destaca a outra solução: o desenvolvimento de energias renováveis. Isso porque as fontes de energia limpa, como a solar, eólica e biomassa são recursos inesgotáveis que ajudam a suprir a demanda de energia.
Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 93,1% de toda energia elétrica produzida no Brasil em 2023 veio de fontes renováveis. As principais fontes foram: usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.
No Mercado Livre, as empresas podem negociar exclusivamente com geradoras de energia limpa, contribuindo diretamente para o desenvolvimento das energias renováveis no país.
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Melhore seu gerenciamento: migre para o Mercado Livre de Energia
Agora que você já conhece o impacto das bandeiras tarifárias na sua conta de energia, especialmente da bandeira amarela, é hora de considerar uma solução mais econômica e eficiente.
Migrar sua empresa para o Mercado Livre de Energia pode ser a decisão estratégica que faltava para otimizar seus custos operacionais.
A Esfera Energia monitora mensalmente o acionamento das bandeiras tarifárias, além de oferecer perspectivas para os próximos meses. Essas informações são fundamentais para entender as condições do Sistema Interligado Nacional e os preços de energia atuais e futuros.
Isso é essencial para ter sucesso no Mercado Livre, dado que a contratação de energia em momentos de preços baixos é o ponto mais importante para redução dos custos.
Não perca tempo! A migração para o Mercado Livre de Energia pode trazer inúmeras vantagens para a sua empresa e torná-la mais sustentável.
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