Está ocorrendo um aumento da presença dos Recursos Energéticos Distribuídos (REDs) no setor energético. Isso se dá, principalmente, por conta da redução dos custos de investimento e transação, crescimento e desenvolvimento de tecnologias, bem como do papel ativo dos consumidores.
Segundo a nota técnica PR 08/18 do Ministério de Minas e Energia, “o recente crescimento, associado à característica dos RED indica que a difusão destas tecnologias apresenta um elevado potencial disruptivo, capaz de transformar profundamente os sistemas elétricos que hoje são predominantemente operados com recursos de maior porte e gerenciados centralizadamente.”
De acordo com dados do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE 230), estima-se que os Recursos Energéticos Distribuídos correspondam a 19% do consumo de eletricidade até 2030.
O documento também prevê que a conservação total de energia e os RED atinjam
8% em 2030, e a conservação de energia elétrica e os RED alcancem 19% no mesmo ano.
Por isso, diante da importância do tema, vamos apresentar um resumo sobre os Recursos Energéticos Distribuídos.
Continue lendo para saber mais.
O que são os Recursos Energéticos Distribuídos?
De acordo com a definição presente no PDE 2030, REDs são “tecnologias de geração, armazenamento de energia elétrica e redução do consumo localizado dentro dos limites da área de uma determinada concessionária de distribuição, normalmente junto a unidades consumidoras, atrás do medidor (“behind-the-meter”).”
Os Recursos Energéticos Distribuídos abrangem, por exemplo:
- eficiência energética;
- geração distribuída de eletricidade;
- veículos elétricos;
- armazenamento e resposta da demanda;
- produção descentralizada de combustíveis;
- redes elétricas inteligentes;
- micro e minigeração distribuídas (MMGD);
- autoprodução de energia (não injetada);
- energia solar térmica.
A energia solar está em destaque por conta da perspectiva de crescimento dessa fonte e sua disseminação na sociedade.
Veja na ilustração abaixo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a comparação entre o sistema atual e o projetado.
Fonte: EPE
Segundo a International Renewable Energy Agency (IRENA), existem alguns caminhos possíveis para viabilizar e implementar os REDs:
- Tecnologias: veículos elétricos, carregamento e armazenamento, Internet das Coisas, medidores inteligentes, 5G, Inteligência Artificial;
- Modelos de negócio: agregadores, energy-as-a-service e modelos pré-pagos;
- Desenho de mercado: Mercado Livre, definição clara de custos, tarifas binômias, granularidade dos preços no tempo e no espaço;
- Operação do sistema: previsão de geração de energia renovável, cooperação entre sistemas de transmissão e distribuição, virtual power lines.
Fonte: IRENA
Qual a importância dos REDs?
A importância dos RED para a matriz energética brasileira se dá pelo fato de que novas práticas de planejamento, expansão e operação do sistema de energia e das redes elétricas serão necessárias.
Um dos principais benefícios dos Recursos Energéticos Distribuídos é a proximidade entre as fontes de geração e as unidades consumidoras, o que acarreta redução de perdas elétricas.
O PDE 2030 também sinaliza que os REDs “podem oferecer confiabilidade suficiente para os operadores do sistema em situações extremas, se estiverem adequadamente alocados espacialmente e operados em momentos mais adequados.”
Para os consumidores, os Recursos Energéticos Distribuídos representam mais autonomia para realizar a geração e gestão da própria energia.
Outro aspecto que merece destaque é que os REDs estão diretamente relacionados ao seu desenvolvimento no mercado e ao planejamento da matriz energética brasileira. Eles fazem parte de uma “sopa de letrinhas” que envolve mais duas siglas: ESG e DDD.
O que significam ESG e DDD?
ESG é a sigla para “Environmental, Social and Governance” que, em português, significa “Ambiental, Social e Governança”. Basicamente, dizem respeito à preservação do meio ambiente, responsabilidade social e práticas de governança.
Já DDD significa “Descarbonização, Descentralização, Digitalização”. São ações voltadas para eficiência energética, matriz energética renovável, novas tecnologias, machine learning, geração distribuída e resposta da demanda, para citar alguns exemplos.
É claro que esses termos não estão relacionados apenas ao setor energético. Contudo, eles têm um grande impacto no futuro da energia e no desenvolvimento sustentável do país. Quando se trata de geração distribuída, ela faz parte justamente da “descentralização”.
O PDE 2030 mostra uma expansão significativa da geração distribuída (números em GW), enquanto há uma redução da capacidade instalada de carvão, diesel e óleo, um reflexo da descarbonização.
Confira o gráfico abaixo para entender melhor.
Fonte: PDE 2030
Próximos passos dos Recursos Energéticos Distribuídos
Apesar do potencial de desenvolvimento dos REDs no país, esforços serão necessários para viabilizar seu aproveitamento com mais eficiência.
A nota técnica PR 08/18 do governo mencionada anteriormente mostra algumas recomendações de ações a serem implementadas nas próximas décadas em relação aos Recursos Energéticos Distribuídos:
- ambiente de mercado de isonomia;
- revisar subsídios e impostos nas tarifas de eletricidade;
- maior interação do planejamento com as distribuidoras;
- maior acesso a dados;
- legislação flexível para acomodar inovações;
- monitoramento de mercado e mecanismos de saída;
- considerar aspectos de cibersegurança e privacidade;
- revisão do paradigma regulatório das distribuidoras;
- programas de EE e RD baseados em economia comportamental.
Existe também um cenário de expansão da oferta centralizada de energia. A geração centralizada é a forma tradicional de produzir energia: uma grande fonte geradora e linhas de transmissão para fazer com que o recurso chegue às unidades consumidoras.
Já a geração distribuída é composta por unidades geradoras menores e mais próximas ao consumidor final. Neste caso, as fontes de energia devem ser renováveis ou de cogeração qualificada.
Isso significa redução dos custos de transmissão e dos impactos ambientais causados pela geração centralizada. Também estão nesse contexto as micro e minigeração distribuídas.
Ou seja, é fato que existem mais desafios para a implementação de projetos centralizados, o que justifica a perspectiva de uma maior participação dos Recursos Energéticos Distribuídos para atender a demanda.
Deu para entender o que são os Recursos Energéticos Distribuídos? Como explicamos anteriormente, um dos caminhos para a implementação dos REDs é por meio de um Mercado Livre.
Por isso, vale conhecer mais a respeito do Mercado Livre de Energia, assim como descobrir como adquirir energia diretamente dos distribuidores de fontes de energia renováveis ou de cogeração qualificada.
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