O impacto da atividade humana no meio ambiente e na qualidade da população é alvo de discussões há anos. A partir dos debates e das mudanças verificadas surgiram conceitos, como o tripé da sustentabilidade.
Dessa forma, as empresas ganharam novas diretrizes para construir uma operação sustentável econômica, ambiental e financeiramente. Afinal, o uso dos recursos naturais e os impactos dos processos de produção não podem ser ignorados.
Porém, a preocupação com a sustentabilidade não influencia apenas a gestão corporativa. Hoje, os consumidores valorizam negócios que promovem ações para mitigar os efeitos negativos de suas atividades.
Segundo uma pesquisa da Ernst & Young, divulgada em 2023, os brasileiros (73%) estão preocupados com a vulnerabilidade do planeta. Essa postura afeta diretamente o modo de consumo e causa mudança no comportamento, como:
- consumir a versão sustentável de produtos de costume (73%);
- considerar o impacto ético do produto/serviço na escolha da compra (68%);
- basear as decisões de comprar no impacto ambiental causado pelo produto/serviço (66%);
- pagar mais por itens fabricados de maneira sustentável (46%).
As empresas atentas a essas mudanças têm a oportunidade de atualizar suas estratégias e obter vantagens que impulsionam o crescimento do negócio.
Continue no artigo e entenda o conceito de tripé da sustentabilidade, os pilares, a importância, as vantagens de implementar e os desafios para ser uma organização sustentável na prática.
Boa leitura!
O que é tripé da sustentabilidade?
O tripé da sustentabilidade é um conceito que caracteriza os resultados de uma empresa baseado em três pilares: social, ambiental e econômico. Dessa forma, para ser um negócio sustentável, é necessário ter viabilidade financeira, ser socialmente justo e responsável ambientalmente.
Esse conceito foi criado por John Elkington, sociólogo britânico, em seu artigo “The Triple Bottom Line: what is it and how does it work?”, publicado em 1994.
A publicação orienta sobre as práticas para alcançar lucro, mas sem desconsiderar a responsabilidade socioambiental do negócio.
O conceito surgiu anos após a publicação de “Nosso Futuro Comum” (Relatório Brundtland), elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987, que introduziu a ideia de desenvolvimento sustentável.
Após séculos de crescimento industrial e exploração dos recursos naturais, a sustentabilidade entrou na pauta dos cientistas e do mundo corporativo, pois, na época, já era possivel perceber as mudanças no meio ambiente e no clima.
Assim, esses conceitos evidenciaram a necessidade de equilibrar as demandas da geração atual sem comprometer as condições de vida das gerações futuras.
Leia também >>> O que é a sustentabilidade na indústria e como fomentar?
Como é composto o tripé da sustentabilidade?
O tripé da sustentabilidade tem três pilares, segundo a definição criada por John Elkington. Na tradução para o português, os pontos são:
- Pessoas (People);
- Planeta (Planet);
- Lucro (Profit).
Conheça as características de cada componente a seguir:
1. Pessoas (People)
As pessoas são o primeiro componente do tripé, também traduzido, como pilar social. Na categoria estão indivíduos afetados pelas atividades do negócio, como colaboradores, público interno, consumidores e a população em geral.
Dessa forma, as empresas têm a responsabilidade de zelar pelo bem-estar desses públicos, como manter uma cultura organizacional positiva, pagar salários justos e criar projetos sociais para contribuir com a qualidade de vida e o desenvolvimento das pessoas.
2. Planeta (Planet)
O segundo componente do tripé da sustentabilidade é o planeta, também chamado de pilar ambiental. O funcionamento de uma empresa depende de insumos, como energia e matérias-primas. Porém, são recursos provenientes da exploração de recursos naturais.
Além disso, a cadeia de produção e distribuição causa impactos, como poluição e degradação do meio ambiente, ar e água. Por isso, é fundamental que as empresas analisem seus processos e façam trocas inteligentes para serem mais sustentáveis.
O uso de energias renováveis e combustíveis verdes, a reciclagem ou reaproveitamento de resíduos e a adoção de tecnologias modernas e econômicas são exemplos de ações que reduzem o impacto das atividades.
3. Lucro (Profit)
Por fim, o último componente do tripé é o lucro, ou pilar econômico. Afinal, o crescimento das empresas depende do retorno positivo dos investimentos realizados para manter as pessoas motivadas e as operações enxutas.
Dessa forma, a gestão aloca e gerencia os recursos de maneira eficiente para garantir a continuidade das operações e equilíbrio entre os custos da operação e o faturamento com as vendas.
Fonte: Ambiente Legal.
Qual a importância do tripé da sustentabilidade?
A adoção do tripé é importante porque mostra o compromisso das organizações com a inovação e a busca de vantagens competitivas fortes no seu mercado, o que fortalece não só os processos internos, mas também a imagem corporativa.
Além disso, a sustentabilidade industrial atrai investimentos públicos e privados, conforme as oportunidades de cada área, pois as ações sustentáveis têm bastante valor atualmente para os investidores.
Uma pesquisa da consultoria Gartner destaca que 87% das lideranças empresariais geraram valor em curto e longo prazo para suas empresas por meio da sustentabilidade. Para 80% dos entrevistados, a iniciativa contribuiu para a redução de custos operacionais.
Ou seja, o tripé da sustentabilidade vai além de preservar o meio ambiente. O conceito incentiva a busca por soluções mais eficientes, econômicas e rentáveis para atender as demandas dos clientes por soluções sustentáveis.
Quais as vantagens de ser uma empresa sustentável?
As principais vantagens de adotar o tripé da sustentabilidade nos negócios são:
- diminuir os custos da operação;
- investir em matérias-primas modernas;
- oferecer um mix de produtos/serviços inovadores;
- melhorar o clima organizacional;
- evitar multas ambientais;
- aumentar a qualidade das soluções.
Leia também >>> 6 exemplos de empresa sustentável no Brasil e no mundo.
Desafios na implementação do tripé da sustentabilidade
A implementação do tripé é um desafio para as empresas, pois é necessário mudar processos e estratégias de negócio para atender aos requisitos de cada pilar de forma integrada.
As lideranças corporativas são figuras centrais para estabelecer um novo direcionamento e comunicar as mudanças e a inclusão de objetivos sustentáveis na estratégia da empresa aos gestores e colaboradores.
Dessa forma, por meio de planos de ação, as empresas realizam mudanças, como troca de fornecedores, novos métodos de gestão de resíduos, utilização de energia limpa, adoção de tecnologia modernas e monitoramento dos novos processos.
Gostou de conhecer o tripé da sustentabilidade e quer saber mais sobre o tema. Leia também os artigos: