Você sabe como anda a saúde financeira da sua empresa? Os resultados estão na margem planejada ou abaixo do esperado? Quais aspectos precisam ser priorizados no momento para a sua empresa crescer?
Essas perguntas são apenas alguns exemplos do que os gestores financeiros precisam responder para fazer uma análise precisa da situação da empresa.
Para não fazer apostas pouco certeiras em relação a decisões tão estratégicas, os indicadores financeiros entram em cena para orientar as melhorias no orçamento anual da empresa.
Esses dados são úteis para avaliar aspectos-chave, como estabilidade financeira, eficiência do planejamento, possibilidades de investimentos e capacidade de superar momentos adversos.
A sua empresa precisa de melhorias na gestão financeira e aperfeiçoar a medição do desempenho para impulsionar o desenvolvimento das operações?
Continue a leitura do artigo e saiba mais sobre a importância, os principais indicadores, como definir e quais monitorar.
O que são indicadores financeiros?
Os indicadores financeiros de uma empresa são métricas quantitativas que mostram os resultados do negócio e servem para auxiliar a gestão financeira na avaliação dos diferentes aspectos relacionados às finanças empresariais, como lucro, liquidez, dinheiro disponível, eficiência operacional, condições para quitar dívidas, entre outros.
Esses dados são parâmetros analíticos confiáveis para os gestores tomarem decisões mais precisas e que, realmente, vão colaborar com o crescimento da empresa. Além disso, servem de referencial para que investidores avaliem os riscos e vantagens dos empreendimentos.
Assim, o monitoramento de indicadores financeiros tem as seguintes funções: embasar o diagnóstico sobre a saúde atual da empresa e auxiliar no planejamento de objetivos para o futuro.
Um dos grandes gargalos administrativos para muitas das empresas é a gestão financeira. O acompanhamento das entradas e saídas de dinheiro, os níveis de gastos e o retorno obtido com o investimento são aspectos que precisam ser acompanhados constantemente.
Dessa visão depende a sustentabilidade financeira da empresa, assim como sua longevidade no seu mercado de atuação.
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Qual a importância dos indicadores de saúde financeira?
A importância dos indicadores de saúde financeira está resumida em uma frase (famosa, por sinal) de John A. Young, executivo norte-americano e ex-presidente da Hewlett-Packard, na década de 1980:
“Aquilo que você não pode medir não pode ser aperfeiçoado, e aquilo que é medido é feito”.
Ou seja, indicadores são importantes porque auxiliam as empresas a avançarem, mas não para qualquer lugar. Os dados permitem traçar um planejamento detalhado para as decisões.
Suponha que a meta da sua empresa seja quintuplicar o lucro líquido em um ano. Sem considerar a taxa de crescimento médio desse indicador nos últimos anos, a busca por esse resultado pode virar um pesadelo.
Afinal, faturar cinco vezes mais, quando a capacidade de investimento da empresa mostra uma projeção de crescimento que é apenas a metade do ano anterior, é uma decisão equivocada.
Analisando os relatórios gerados pelas ferramentas de gestão financeira, a equipe consegue montar um planejamento com margens de crescimento realistas a serem alcançadas em curto, médio e longo prazo.
Isso porque a partir da meta, o gestor precisa considerar os investimentos necessários para expandir a operação e aumentar as vendas, como compra de insumos de produção, reforço logístico, demanda de energia, entre outros fatores.
As métricas financeiras funcionam como cartas de navegação, indicando ao piloto a rota mais segura para chegar ao destino, ou seja, os objetivos de negócio a serem conquistados.
11 principais indicadores financeiros de uma empresa
Agora, chegamos ao ponto central deste artigo e que, provavelmente, é sua maior dúvida: quais são os principais indicadores financeiros de uma empresa que devem ser monitorados?
Listamos abaixo opções de indicadores financeiros para acompanhar no seu negócio. Confira!
1. Fluxo de Caixa
O resultado do fluxo de caixa é um dos indicadores financeiros essenciais para avaliar se as operações da empresa são sustentáveis. Isso porque essa ferramenta monitora tudo que entra e sai do caixa.
O ideal é que as entradas sejam maiores que as saídas para o saldo ser positivo e ainda obter lucro com as operações. Porém, gastar mais do que arrecada pode ser uma bandeira vermelha para a empresa.
Para calcular o fluxo de caixa mensalmente, é fundamental que todas as movimentações sejam registradas no momento em que são realizadas. O que facilita o acompanhamento, e a geração do relatório com o balanço, é a automatização do processo.
Implementar um programa de controle de caixa facilita a rotina de trabalho da equipe financeira.
Fluxo de caixa operacional (FCO)
O Fluxo de caixa operacional (FCO) é um desdobramento do acompanhamento principal Nesse caso, essa métrica mostra os registros das entradas e saídas relacionados às atividades operacionais da empresa.
São consideradas ‘entradas’ o dinheiro da venda de produtos ou mercadorias produzidas e como ‘saídas’, os montantes para pagar despesas, como salários, fornecedores, entre outros gastos operacionais.
O cálculo pode ser realizado pela fórmula:
- FCO = saldo total em caixa do mês anterior + pagamento de vendas – despesas gerais
Um resultado positivo significa que a empresa tem saúde financeira. Já um resultado negativo aponta para possíveis problemas na geração de caixa.
Leia também: Redução de custos operacionais: 5 dicas para uma boa gestão.
2. Liquidez corrente (LC)
Outro indicador financeiro que deve estar no radar das equipes financeiras é a Liquidez Corrente (LC). Essa métrica permite avaliar a capacidade das empresas de cumprirem com os pagamentos de suas dívidas e responsabilidades financeiras em curto prazo.
A fórmula para o cálculo da Liquidez corrente é:
- Liquidez corrente (LC) = ativo circulante ÷ passivo circulante
O resultado indica a capacidade de geração de caixa da empresa, ou seja, de manter dinheiro entrando para custear suas operações.
Por norma, se o valor da LC for maior que 1 significa que a empresa tem liquidez para honrar seus compromissos. Se for menor que 1, quer dizer que as condições financeiras estão comprometidas.
Porém, o resultado positivo aponta para o cenário do momento. Portanto, é importante considerar a situação e o ciclo operacional na totalidade para fazer uma interpretação precisa.
3. Margem EBITDA
A margem EBITDA é o indicador financeiro de uma empresa que auxilia na avaliação do resultado operacional. A sigla vem do termo em inglês earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, que significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
A métrica é obtida calculando a diferença entre o total de receita líquido e os custos e despesas da operação.
- EBITDA = receita total de vendas – custos dos itens vendidos – despesas operacionais
Mesmo o indicador apontando para a eficiência na geração de lucro operacional, é importante ter atenção ao volume de despesas, por esse fator influenciar na margem líquida.
4. Margem líquida
A Margem líquida é um indicador financeiro que analisa tanto os gastos operacionais quanto as obrigações financeiras, impostos, depreciação e amortização. O cálculo da margem líquida é feita com a seguinte fórmula:
- Margem líquida = EBITDA – gastos financeiros – impostos – depreciação – amortização
O resultado desse indicador é fundamental para verificar se a empresa teve lucro ou não. Como destacamos acima, um negócio pode ter uma operação rentável, mas não obter lucro final.
A necessidade de capital de giro, que pode resultar em juros de empréstimos altos para a empresa, a desvalorização dos equipamentos e a carga de impostos elevada são desafios que interferem no resultado geral.
Por isso, é importante aprofundar a análise a partir dos indicadores financeiros de uma empresa, identificando os fatores que estão impactando negativamente o desempenho.
5. Margem bruta
A Margem bruta é a métrica que completa o trio de indicadores financeiros básicos de uma empresa. O cálculo mede a eficiência na geração de lucro integral (sem abatimentos) com vendas, além de auxiliar na análise da lucratividade com o portfólio de produtos ou serviços.
A fórmula é a seguinte:
- Margem Bruta (%) = Lucro Bruto (faturamento – custos com mercadorias ou produtos) ÷ Faturamento x 100
O ideal é que essa margem seja cada vez maior, indicando a eficiência nas vendas.
6. Necessidade de Capital de giro
O Capital de giro é o dinheiro disponível para manter as operações da empresa, incluindo as contas a receber, estoque para venda, capital em caixa e o dinheiro na conta bancária.
Então, a necessidade de Capital de giro (NCG) é o valor mínimo necessário em caixa para custear a operação em curto prazo.
- Necessidade de Capital de giro (NCG) = prazos médios de recebimento – prazos médios de pagamento
Se o prazo para recebimento for maior que o de pagamento, o NCG é positivo e a empresa consegue ter dinheiro em caixa primeiro para depois gastar. Quando o cenário é o oposto, ou seja, os pagamentos chegam antes do recebimento, o NCG é negativo.
Diante desse resultado, é necessário reavaliar os prazos de pagamento para ter um cronograma mais vantajoso.
7. Capacidade de gerar lucro
A Capacidade de gerar lucro é outro dos indicadores financeiros de uma empresa, obtido por meio da divisão do lucro operacional e da receita líquida.
- Capacidade de gerar lucro = lucro operacional ÷ receita líquida
O resultado mostra se a empresa é sustentável financeiramente. Para aprofundar a análise, avalie os prazos dados aos clientes para pagamento dos pedidos e a necessidade de obter capital por meio de empréstimos, pois isso afeta o lucro líquido.
Com base nesses dados, os ajustes necessários para conciliar as contas a pagar e receber podem ser feitos para que a empresa se mantenha com capital próprio.
8. Ponto de equilíbrio financeiro
O Ponto de equilíbrio é o faturamento ideal que a empresa precisa alcançar para custear suas despesas fixas e variáveis. Ou seja, o valor da receita e despesas são iguais.
Esse é um dos principais indicadores financeiros porque serve de parâmetro para traçar a meta de faturamento anual, por exemplo, além de ser uma métrica que pode ser adotada por qualquer empresa.
O ponto de equilíbrio é a média, mas o ideal é superar esse resultado para manter as operações e ainda gerar lucro. A fórmula para cálculo é:
- Ponto de equilíbrio = custo e despesas fixas ÷ margem de contribuição (receita – custos e despesas variáveis)
Leia também: O que é gestão estratégica de custos (GEC)? 7 boas práticas.
9. Retorno sobre investimento (ROI)
O Retorno sobre investimento, o famoso ROI, também entra na lista de indicadores financeiros de uma empresa. Afinal, é importante saber se o dinheiro aplicado para melhorar um aspecto da operação gerou retorno positivo ou não.
A fórmula para cálculo é simples:
- ROI (%) = (lucro líquido ÷ investimento) x 100
Com o resultado, o gestor pode dar um panorama da viabilidade de continuar investindo, e o que ainda é possível realizar em prol da melhora dos resultados.
10. Patrimônio líquido
Já o Patrimônio líquido é um indicador financeiro que reflete o valor contábil da empresa, ou seja, o quanto ela vale em reais no momento. O cálculo é simples, basta subtrair o total de passivos pelo total de ativos. A fórmula é:
- Patrimônio Líquido = total de passivos – total de ativos
Vale destacar que para empresas que possuem bens intangíveis como patrimônio, esse cálculo não é tão preciso. Outra possibilidade para ter um parâmetro é calcular o fluxo de caixa descontado.
11. Taxa de endividamento
Por sua vez, a Taxa de endividamento é um indicador financeiro que serve para avaliar o risco ao qual a empresa está exposta, tanto em relação a pendências com fornecedores quanto com instituições financeiras.
Nesse caso, o principal fator de preocupação são os juros que incidem sobre o montante atrasado. Os contratos com fornecedores podem prever cobranças extra, sem contar que não honrar os compromissos prejudica o relacionamento com boas empresas do mercado.
Os juros bancários são ainda mais pesados e podem criar uma bola de neve a partir de um único atraso. O cálculo do grau de endividamento é feito com a seguinte fórmula:
- Taxa de endividamento (%) = (passivo total ÷ patrimônio líquido) x 100
Quanto mais alto o valor, mais rápido é necessário tomar medidas para contornar a situação.
Como definir os índices de desempenho financeiro?
Os indicadores financeiros de uma empresa que serão monitorados devem ser escolhidos de forma que o conjunto dê um panorama preciso da saúde financeira, facilitando as comparações de desempenho com outros negócios do setor.
Dessa forma, a empresa pode tomar decisões baseada em dados seguros, seja para tentar reduzir os custos com as compras de insumos, reestruturar o ciclo de recebimentos e pagamentos ou planejar uma expansão nas operações.
Ter apoio para tomar as melhores decisões financeiras, é essencial para os indicadores serem impactados positivamente.
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