Em toda compra existe risco, e no Mercado Livre de Energia não é diferente. A flexibilidade na negociação encontra a volatilidade de preços, o que exige experiência e estratégia para fechar o melhor contrato. É aí que entra em cena o hedge de energia.
A ferramenta é velha conhecida do mercado de ações, mas é aplicável no Ambiente de Contratação Livre (ACL) para driblar as variações no valor da energia elétrica.
Está no Mercado Livre e quer fazer negociações estratégicas para aumentar os ganhos como consumidor livre? Continue no artigo e entenda o que é hedge de energia, a importância da ferramenta, as estratégias, como utilizar, vantagens e desvantagens e quando aplicar.
Boa leitura!
O que é hedge de energia?
Hedge de energia é uma estratégia financeira utilizada na negociação de contratos para proteger as empresas das variações nos preços da energia elétrica e fechar acordos vantajosos. O termo hedge vem do inglês e significa “limite”. Assim, as partes envolvidas chegam a um valor máximo favorável para ambas.
A energia elétrica é um tipo de commodity cujo preço varia conforme a oferta, demanda, condições climáticas de geração e até por questões políticas. As flutuações são significativas, principalmente para grandes consumidores.
Para fazer uma gestão segura de riscos financeiros, as empresas consumidoras livres utilizam o hedge como ferramenta para negociar com os fornecedores no Mercado Livre.
A principal referência é o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), utilizado para definir o valor da energia no Mercado de Curto Prazo (MCP). Entenda como funciona o cálculo desse referencial no vídeo a seguir.
Por que o hedge de energia é importante?
O hedge de energia é uma ferramenta importante porque o Mercado Livre de Energia é um ambiente de contratação instável, como uma bolsa de valores. Dessa forma, as empresas precisam de estratégias bem planejadas para lidar com os riscos.
Desde 2021, a divulgação do PLD acontece de hora em hora. Ou seja, o valor da energia pode oscilar significativamente para mais ou para menos em 60 minutos.
Então, a empresa que não planeja seus contratos em médio e longo prazo e compra no Mercado de Curto Prazo perde a chance de economizar tanto quanto poderia como consumidor livre.
Com as estratégias de hedge, os contratos têm um preço fixo, independentemente das variações futuras, o que garante o abastecimento do negócio e mantém a previsibilidade financeira.
Quais são as principais estratégias de hedge de energia?
As principais estratégias de hedge de energia são: contratos a termo, de “swap”, futuros e de opções. Entenda como cada opção funciona.
Contratos a termo
Os contratos a termo são operações bilaterais de compra e venda nas quais se define um um preço fixado para liquidação em data futura. Ou seja, as partes acordam preços, prazos, quantidades e condições de pagamento na negociação.
Nessa estratégia, o valor do PLD é fixo. No momento da liquidação, o cálculo considera a diferença entre o preço fixado e o valor de mercado do PLD.
Contratos de “swap”
O swap é um tipo de contrato em que acontece um acordo para trocar a rentabilidade de dois ativos, com base na comparação entre dois referenciais.
No Mercado Livre de Energia, as referências utilizadas são os diferentes PLDs regionais, como PLD SE/CO e PLD nordeste, ou de meses distintos.
Contratos futuros
Nos contratos futuros, a quantidade de energia negociada, prazos e formas de liquidação em data futura são padronizados.
Dessa forma, a fixação do preço garante aos compradores ou vendedores a mitigação dos impactos da volatilidade do mercado de energia.
Contratos de opções
Por fim, a última estratégia de hedge de energia são os contratos de opções. Esse tipo de negociação estabelece o direito de negociar um ativo (comprar ou vender) com um preço fixo em uma data futura, ambos previamente definidos.
Quem compra (operação chamada de “call”) paga o prêmio inicial — ou seja, o valor acordado. Porém, não tem qualquer obrigação de exercer seu direito. Já quem faz a opção de venda (“put”), recebe e tem a obrigação de entregar a energia.
Como utilizar o hedge nas compras de energia?
O uso do hedge de energia exige uma estratégia bem planejada para escolher uma forma de contrato vantajosa para o perfil de consumo do negócio. Ter o suporte de profissionais experientes, como as comercializadoras, auxilia nas tomadas de decisão e no gerenciamento de riscos em relação ao preço da commodity.
As negociações acontecem no mercado de Balcão, diretamente entre as partes, conforme as etapas a seguir:
- assinatura do Contrato Global de Derivativos (CGD) antes do fechamento da operação;
- definição do tipo de PLD, preço (R$/MWh), quantidade de energia (MWh) e vencimento (prazo da operação);
- assinatura da Nota de Negociação, que formaliza e resume os critérios definidos;
- registro da operação no módulo de Derivativos de Balcão;
- liquidação do pagamento na data de vencimento, conforme o cálculo do ajuste do sistema.
O hedge de energia, como estratégia financeira, serve tanto para os consumidores quanto para comercializadoras e geradoras. O processo garante a especulação de preço segura, menor exposição à volatilidade do Mercado Livre, redução da inadimplência e equilíbrio do fluxo de caixa.
Vantagens e desvantagens do hedge de energia
Como qualquer tática financeira, a operação de hedge de energia traz vantagens e desvantagens. Entenda os ganhos e desafios do mercado.
Vantagens da estratégia de hedge:
• aumento da liquidez do mercado;
• proteção contra a volatilidade e riscos financeiros do mercado;
• melhora da previsibilidade dos custos com energia;
• equilíbrio do fluxo de caixa;
• cumprimento das metas de economia com insumos.
Desvantagens da estratégia de hedge:
• complexidade da operação, o que exige conhecimento especializado;
• existência de riscos residuais — nunca totalmente eliminados em contextos financeiros.
Quando aplicar o hedge de energia?
A estratégia de hedge é a solução indicada para organizações expostas a riscos que gostariam de reduzir as chances de perdas decorrentes desse cenário. No caso, a alta volatilidade dos preços da energia elétrica.
As empresas com alto consumo energético, por exemplo, que precisam melhorar a previsibilidade dos custos, podem aplicar o hedge de energia para economizar e reduzir os riscos da atuação no Mercado Livre de Energia.
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