Em tempos de altos gastos, a implementação de um sistema de compensação de energia elétrica é uma alternativa para empresas que desejam reduzir custos operacionais.
Em 2023, os esquemas de microgeração e minigeração acrescentaram 7,4 gigawatts (GW) de potência à rede de distribuição de energia. No total, foram mais de 625 mil novas unidades geradoras, segundo o painel de monitoramento da ANEEL.
O investimento é uma das soluções para economizar na conta de luz e até alcançar a eficiência energética por meio da geração de energia solar ou eólica.
Já pensou nessa alternativa e quer entender melhor a solução? Continue no artigo e entenda o que é, como funciona e as regras do sistema de compensação de energia elétrica.
Boa leitura!
O que é o sistema de compensação de energia elétrica?
O sistema de compensação de energia elétrica (SCEE) é um esquema de geração no qual o consumidor instala a infraestrutura, seja de painéis fotovoltaicos ou turbinas eólicas, para abastecer a unidade consumidora e receber créditos pela energia excedente injetada na rede da concessionária, o que ajuda a reduzir custos.
A capacidade de geração influencia o número de placas solares ou turbinas e a área necessária para implementar o projeto. O planejamento é uma etapa fundamental para aplicar o orçamento corretamente e obter a economia esperada.
Por exemplo, a instalação de painéis solares pode atender parte ou toda a demanda de energia de uma empresa. Para definir a melhor estratégia, é fundamental estudar o histórico de consumo e a viabilidade financeira da instalação.
Muitas empresas utilizam o espaço do telhado para montar painéis solares ou áreas fora da cidade para instalar as turbinas eólicas.
Ou seja, atualmente, as empresas contam com soluções eficientes para gerar a própria energia e alcançar uma margem de economia significativa.
Como funciona o sistema de compensação de energia elétrica?
O sistema de compensação de energia elétrica funciona por meio da compensação da energia elétrica ativa injetada por uma unidade consumidora na rede da concessionária local, como empréstimo gratuito, e posteriormente usada para compensar o consumo como crédito de energia.
Diariamente, os painéis/turbinas geram uma quantidade de energia e abastecem as operações do negócio. O que a operação não consumiu da geração do dia vai automaticamente para a rede da distribuidora.
Mas como saber a produção e o excedente do dia, não é mesmo? Para implementar o projeto, é obrigatório comunicar à concessionária local para trocar o relógio unidirecional pelo bidirecional. Essa mudança não gera custos para o solicitante.
O relógio bidirecional registra a quantidade de energia (kWh) consumida e a quantidade de energia injetada na rede da distribuidora. Assim, o registro é preciso e dá para esclarecer qualquer dúvida, em caso de divergência.
Os créditos de energia servem tanto para abater o consumo na conta seguinte quanto para reduzir os gastos de outra unidade consumidora vinculada à empresa geradora. Esse processo recebe o nome de autoconsumo remoto.
Um detalhe importante do funcionamento do SCEE é que a unidade não se desconecta da rede local, o que é essencial para utilizar o sistema de créditos. Além disso, se houver uma falha ou falta de energia, o local não fica no escuro.
Leia mais >>> Geração distribuída: o que é, como funciona e prós e contras.
Quais são as regras do sistema de compensação de energia elétrica?
As principais regras do sistema de compensação de energia elétrica, segundo a Resolução Normativa Aneel nº 1.059, de fevereiro de 2023, são:
- solicitação da entrada no sistema de compensação de energia junto à concessionária local;
- compensação igual para todas as componentes da tarifa de energia elétrica;
- apenas parte da quantidade de kW injetado na rede retorna para o consumidor;
- abastecimento noturno compensando por meio da energia extra gerada no dia seguinte;
- envio e compensação de energia elétrica automaticamente no fechamento da fatura;
- autorização para autoconsumo remoto apenas para pontos secundários, mas com a mesma titularidade da unidade consumidora principal;
- créditos de energia medidos em quilowatts-hora (kW) têm validade de até 60 meses.
Leia também >>> Fazenda solar: o que é, como funciona, custos e mais.
Esquema de microgeração e minigeração no sistema de compensação de energia elétrica
A microgeração e a minigeração (MMGD) são as classificações dadas às pequenas centrais de geração de energia elétrica locais por meio de fontes renováveis, como energia solar e eólica.
O principal fator que diferencia os tipos é a potência que cada sistema de compensação de energia elétrica gera. Veja quais são os limites abaixo.
- Microgeração distribuída: a potência instalada é de até 75 kW e a responsável pelos custos de atualização dos equipamentos de medição é a distribuidora local.
- Minigeração distribuída: a potência instalada é superior a 75 kW, menor ou igual a 3 MW para fontes não despacháveis e menor ou igual 5 MW para fontes despacháveis.
O consumo da energia ativa gerada acontece no local de consumo, em outra unidade do mesmo titular (autoconsumo remoto), em múltiplas unidades consumidoras ou por geração compartilhada (locais reunidos em consórcio ou cooperativa).
Como aderir ao sistema de compensação de energia elétrica?
Conheça abaixo os passos para aderir ao sistema de compensação.
1. Ser consumidor cativo
O sistema de compensação atende apenas aos consumidores do Mercado Cativo, também chamado de Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Ou seja, aqueles que compram energia pelo método tradicional por meio das concessionárias.
2. Criar e apresentar o projeto à concessionária
A criação do projeto de MMGD formaliza os objetivos da empresa com a instalação. O documento facilita a análise das características pela concessionária que atesta a viabilidade ou não da iniciativa. O parecer da distribuidora demora entre 15 e 30 dias.
3. Escolher bons parceiros e materiais
Após a aprovação, começa a instalação do projeto. Para isso, é fundamental contar com uma empresa capacitada e experiente no tipo de fonte geradora escolhida. Além disso, priorize fornecedores de qualidade para evitar problemas de infraestrutura no futuro.
4. Definir se haverá autoconsumo
Um detalhe importante para aderir ao sistema de compensação de energia elétrica é estabelecer se haverá autoconsumo remoto no começo do projeto. Assim, dá tempo para regularizar a titularidade do imóvel, se necessário.
5. Fazer a instalação
A última etapa é a instalação dos painéis solares ou turbinas eólicas e a ativação para entrar definitivamente para o sistema de compensação. Após a conclusão, o negócio está pronto para economizar!
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