Todos aqueles que querem produzir sua própria eletricidade sabem bem o que é geração distribuída. A modalidade faz parte, assim como o Mercado Livre de Energia, de um conjunto de modernizações promovidas nos últimos anos no setor energético brasileiro para flexibilizar as formas de gerar e consumir energia.
Desde 2012, graças à regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica. O crescimento da potência instalada e do número de conexões residenciais, bem como as instaladas em comércios e indústrias, impressiona, como mostra o gráfico abaixo:
Mas o que levou tantas pessoas e empresas a adotarem o modelo da geração distribuída? Quais são seus benefícios e o que a diferencia da geração centralizada?
As respostas para essas e outras perguntas você encontrará nas próximas linhas. Confira!
O que é geração centralizada e distribuída?
A geração centralizada é a forma convencional de produzir energia, usando uma grande fonte geradora e linhas de transmissão para levá-la ao consumidor final. Por sua vez, a geração distribuída é formada por pequenas unidades geradoras localizadas o mais próximo possível do local de consumo.
Os principais diferenciais da geração distribuída de energia são suas fontes, que devem ser renováveis ou de cogeração qualificada, e a proximidade com o consumidor. Esse último fator é importante para reduzir os custos de transmissão e os impactos ambientais inerentes à geração centralizada.
Outra característica interessante da modalidade, também conhecida como GD, é que você pode não apenas produzir a própria energia, mas também fornecer o excedente para a rede da distribuidora. E o melhor é que eles voltam na forma de créditos de energia ativa que podem ser usados em um prazo de até 60 meses.
A Aneel colocou a geração distribuída em vigor em 2012 com a publicação da Resolução Normativa número 482. Em 2015, a agência publicou outra, a de número 687, para revisar a política de créditos e fazer a distinção entre microgeração e minigeração distribuída.
O que é micro e minigeração distribuída?
Confira abaixo a diferenciação estabelecida pela Aneel entre micro e minigeração distribuída:
- Microgeração: central geradora de energia elétrica através de fontes renováveis ou cogeração qualificada com potência instalada inferior ou igual a 75 kW (quilowatts).
- Minigeração: central geradora de energia elétrica com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW (para fonte hídrica) e menor ou igual a 5 MW para cogeração qualificada e demais fontes renováveis.
Após a introdução dessas diretrizes, a Aneel abriu uma consulta pública em 2019 para receber contribuições à proposta de revisão da resolução de 2012. Conheça no vídeo abaixo, do canal Bárbara Rubim, alguns dos principais pontos do possível marco legal da geração distribuída:
https://www.youtube.com/watch?v=SeoiPn8UCtw
Como funciona a geração distribuída?
Para entender o funcionamento da geração distribuída, vamos detalhar suas principais modalidades:
Geração na unidade consumidora
Nesse caso, o sistema de geração de energia é instalado no mesmo endereço e no mesmo ponto de conexão com a rede distribuidora que a unidade consumidora. Os exemplos mais comuns são as casas ou estabelecimentos comerciais que instalam placas fotovoltaicas para gerar energia solar.
A energia gerada é usada para abater o consumo da própria unidade consumidora, sendo impossível transferir os créditos para outras unidades.
Geração compartilhada
Essa modalidade se caracteriza pela união de duas ou mais empresas ou pessoas físicas em unidade com microgeração ou minigeração em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada. A única exigência é que estejam todas na área de concessão de uma mesma distribuidora.
Quem participa desse tipo de geração distribuída economiza tanto no investimento inicial, que é dividido com outros, como na conta de luz, que também fica mais baixa.
Autoconsumo remoto
Nesse modelo, a mesma pessoa jurídica ou física pode gerar energia em uma unidade e distribuir o excedente entre outras unidades consumidoras. Nesse caso, além de estarem na área de concessão da mesma distribuidora, as unidades devem estar no nome do mesmo titular.
Essa modalidade é indicada para atender, por exemplo, uma empresa que gere energia e queira usar os excedentes para abater as contas de consumo de suas filiais.
Empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras
O uso da energia elétrica nesse tipo de empreendimento ocorre de forma independente com os percentuais definidos por contrato. Cada uso individual constitui uma unidade consumidora enquanto as áreas de uso comum constituem uma unidade distinta sob responsabilidade da administração ou do proprietário.
A exigência, nesse caso, é que as unidades estejam em uma mesma propriedade ou em áreas contíguas, sendo a utilização de vias públicas, passagem aérea ou subterrânea e de propriedades de terceiros.
Vantagens e desvantagens da geração distribuída
Os principais benefícios da geração distribuída de energia, quando comparada com a geração centralizada são:
- Economia na conta de luz com a instalação de um micro ou minigerador;
- Diminuição dos gastos com interligação e distribuição;
- Uso de fontes renováveis;
- Independência energética;
- Maior agilidade para atender demandas;
- Redução de perdas técnicas que ocorrem nas linhas de transmissão;
- Minimização dos impactos ambientais.
Embora sejam muitos os atrativos, não podemos deixar de mencionar que a modalidade ainda enfrenta alguns desafios, entre eles:
- Burocracia para adquirir um gerador;
- Exigência de licenciamento ambiental;
- Investimento inicial caro por se tratar de tecnologias modernas e, muitas vezes, importadas;
- Poucas linhas de crédito para adquirir equipamentos, principalmente para pessoas físicas.
A geração distribuída e o Mercado Livre de Energia
Gostou de saber o que é geração distribuída e conhecer seus prós e contras? Como vimos, esse modelo engloba tanto pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) como empreendimentos de energia eólica, solar ou de cogeração qualificada.
No entanto, a produção e distribuição acontecem dentro do Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Isso significa, por exemplo, que tanto a permissão para uma unidade geradora entrar em operação como o faturamento dos créditos gerados são responsabilidade da rede distribuidora à qual está conectada.
Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como Mercado Livre, a energia é comercializada em um ambiente que opera fora do Mercado Cativo. Nele, os consumidores negociam diretamente com os fornecedores, que podem ser geradores ou comercializadores.
Confira no gráfico abaixo as principais diferença entre ACR e ACL:
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