O Brasil atingiu uma marca histórica em março de 2021 ao ultrapassar o patamar de 8 gigawatts (GW) de potência operacional de energia fotovoltaica. Os dados, levantados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), consideram tanto usinas como sistemas de pequeno e médio porte instalados em telhados, fachadas e terrenos comerciais e residenciais.
De acordo com a Absolar, a energia fotovoltaica já é a sexta principal fonte da matriz energética brasileira. Do ponto de vista econômico, atraiu mais de R$ 40 bilhões em investimentos desde 2012 e gerou mais de 240 mil empregos acumulados.
Atualmente, em relação à capacidade instalada, o país ocupa a 16ª posição no ranking mundial elaborado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). Mesmo com um crescimento consolidado nos últimos anos, a produção de energia fotovoltaica no Brasil ainda está longe de seu potencial.
A boa notícia é que novos investimentos serão realizados ao longo de 2021 e ajudarão o Brasil a se tornar uma potência do setor. Para ajudar a compreender o cenário da energia fotovoltaica no país, neste texto abordaremos não apenas o panorama atual, como também as perspectivas para o futuro.
Porém, antes de mais nada, é fundamental entender o que é energia fotovoltaica e como seu funcionamento a distingue dos outros tipos de energia solar. Confira!
O que é energia fotovoltaica?
Energia fotovoltaica é o resultado da conversão da luz dos raios solares em eletricidade por meio do efeito fotovoltaico. Esse fenômeno (cujo nome surge da junção de “phos”, que significa luz em grego, e “volt”, a unidade de força eletro-motriz) foi relatado pela primeira vez em 1839 pelo físico Edmond Becquerel.
O processo de conversão de luz em eletricidade acontece por meio de um dispositivo fabricado com material semicondutor chamado célula fotovoltaica, que são usadas para formar as placas solares. Dessa forma, quanto maior a radiação solar nessas placas, maior será a quantidade de energia elétrica produzida.
Além de ser uma energia sustentável, limpa e inesgotável, a fotovoltaica se destaca pela versatilidade. Os sistemas tanto podem ser conectados à rede de energia por meio de usinas como instalados em residências e estabelecimentos comerciais para autoconsumo.
Confira no vídeo abaixo, do canal Engehall Energias Renováveis, mais detalhes sobre a capacidade e o funcionamento das cinco maiores usinas fotovoltaicas do Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=N6OWl5dmayg
Qual é a diferença entre energia solar e fotovoltaica?
Como vimos acima, a energia fotovoltaica é um tipo de energia solar. Por ser a forma mais comum e economicamente viável de obter energia do sol, muita gente usa apenas o termo energia solar mesmo quando está falando especificamente do método fotovoltaico.
Porém, é importante fazer essa distinção, uma vez que existem outros dois tipos de energia solar. São eles:
- Energia fototérmica: Também usa placas solares para coletar a energia da radiação solar, mas, nesse caso, ela é transferida para a água para aquecê-la e permitir seu uso em casas, comércio e até mesmo na indústria.
- Energia heliotérmica: De uso exclusivamente industrial, tanto a absorção como a conversão seguem os mesmos princípios do sistema fototérmico. A diferença é que depois é transformada em energia mecânica e, em seguida, em energia elétrica, assim como acontece nas usinas termoelétricas.
Agora que ficou claro a diferença entre a energia fotovoltaica e os demais tipos de energia solar, é hora de entender como ela é gerada. Para isso, vamos detalhar todo o processo, desde que os raios solares incidem nas placas solares até o momento em que a eletricidade chega nas casas e empresas.
Como funciona a energia fotovoltaica?
O efeito fotovoltaico ocorre quando as partículas de luz solar colidem com os átomos presentes nas placas solares. Esse contato faz com que os elétrons do material semicondutor entrem em movimento e gerem uma corrente contínua de eletricidade.
Porém, para ser utilizada nos lares e comercialmente, é preciso transformar a corrente contínua em corrente alternada. O inversor solar é o aparelho responsável por essa conversão e por deixar a energia fotovoltaica pronta para o consumo.
A eficiência da conversão da luz em eletricidade costuma ficar entre 15% e 20% e está ligada ao tipo de material semicondutor. As células fotovoltaicas mais usadas mundialmente são à base de silício, como as de silício monocristalino (mono-Si), silício policristalino (multi-Si) e silício amorfo (a-Si).
As células de silício monocristalino e policristalino são mais complexas e caras, mas a média de eficiência da conversão ronda os 20%.
Outro fator que influencia na eficiência do processo de conversão é a proporção de radiação solar incidente. E é esse fator que explica porque o Brasil pode se tornar uma referência mundial em geração de energia fotovoltaica.
A produção de energia fotovoltaica no Brasil
Por ter a maior parte do seu território localizado perto da Linha do Equador, o Brasil possui um grande índice de radiação solar. Essa localização privilegiada faz com que o tempo de incidência de luz não varie muito, com a média anual oscilando entre 5 e 8 horas diárias.
Mesmo assim, a energia fotovoltaica centralizada representa apenas cerca de 2% da matriz energética brasileira. Para se ter uma ideia, a principal fonte, a hidrelétrica, é responsável por mais de 60% do total.
Embora o cenário atual esteja aquém do potencial brasileiro, as perspectivas para o futuro são animadoras. A Absolar projeta que em 2040 a fonte solar terá alcançado cerca de 126 mil MW, conquistando o primeiro posto da matriz, com 32% de participação, superando inclusive a hidrelétrica, que terá 29%.
Para 2021, a Absolar prevê que os novos investimentos privados no segmento poderão ultrapassar os R$ 22,6 bilhões. Com essa nova injeção de capital, a associação acredita que ao longo deste ano serão adicionados mais de 4,9 GW de potência instalada, somando as usinas de grande porte e os sistemas distribuídos.
A energia fotovoltaica no Mercado Livre
Os sistemas solares fotovoltaicos podem ser instalados de duas formas:
- Na geração distribuída: quando os sistemas têm uma capacidade de até 5 MW e são instalados em casas, empresas, prédios públicos e propriedades rurais;
- Na geração centralizada: quando é produzida por usinas de energia solar de grande porte e podem ultrapassar a capacidade de 5 MW.
Nesse último caso, a energia fotovoltaica produzida pela geração centralizada pode ser comercializada em dois ambientes: no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também conhecido como Mercado Livre de Energia.
Ou seja, a fotovoltaica é um dos tipos de energia incentivada que podem ser adquiridas no Mercado Livre. E o melhor é que, nesse ambiente de contratação, geradoras, comercializadoras e consumidores livres e especiais negociam diretamente, com o preço acordado entre as partes.
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