Quem faz um controle financeiro mensal e até mesmo quem não coloca tudo na ponta do lápis nota que, de tempos em tempos, acontece um aumento da tarifa de energia elétrica.
Afinal, nos últimos anos os reajustes na energia elétrica não foram pequenos, uma consequência da crise hídrica causada pela escassez de chuvas e também por conta da pandemia da Covid-19.
Nesse período, vimos a bandeira tarifária mudar para cobrir os custos de geração, transmissão e distribuição de energia. Mas, esses não são os únicos custos que impactam na fatura final paga pelo consumidor.
Neste artigo, reunimos os principais pontos para você entender o aumento da tarifa de energia elétrica e como isso impacta os consumidores em todo o país.
Continue lendo para entender como o reajuste de energia elétrica funciona.
Por que do aumento da tarifa de energia elétrica?
O sistema de tarifa de energia elétrica foi criado pela ANEEL para representar o custo real da energia gerada no país. O fato de que os elementos que influenciam esses custos variam é o que justifica o reajuste da energia elétrica.
Um exemplo é o aumento da tarifa de energia elétrica para o período de julho 2022 a julho 2023 divulgado pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Segundo a direção da ANEEL, o aumento das bandeiras tarifárias foi motivado pelos seguintes fatores:
- os dados do mercado de compra de energia durante o período de escassez hídrica em 2021;
- o custo do despacho térmico (para o acionamento de usinas termelétricas) em razão da alta do custo dos combustíveis;
- a correção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, em 2021, teve um aumento de 10,06%.
Assista ao vídeo abaixo e entenda como os componentes — a energia fornecida, o transporte, a distribuição e os encargos — influenciam na definição da tarifa de energia elétrica:
Outros encargos que interferem no valor da conta de luz
De acordo com a bandeira tarifária vigente, a primeira parte da conta de luz é calculada conforme a quantidade de quilowatts-hora (kWh) consumida no período.
Porém, além deste valor, existem outros encargos que se somam ao consumo mensal para se chegar ao preço final que o consumidor irá. São eles:
- PIS e Cofins (federais) e ICMS (estadual e que varia de estado para estado);
- encargos setoriais que cobrem os custos do setor elétrico;
- taxa de iluminação pública, que é repassada às prefeituras.
Quem é responsável pelo aumento da tarifa?
O responsável pelo aumento da tarifa de energia elétrica é a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que tem como função regular, fiscalizar, estabelecer tarifas, entre outras atividades relacionadas à geração, transmissão, distribuição, consumo e comercialização de energia elétrica no Brasil.
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a ANEEL determina as alíquotas de acordo com as condições do momento (veja a tabela abaixo) e as distribuidoras licitadas são notificadas da resolução para cobrar adequadamente os consumidores.
De quanto em quanto tempo acontece o reajuste de energia elétrica?
Uma vez definidos os valores de cada bandeira tarifária, a ANEEL também define qual estará vigente mês a mês.
Existem cinco opções de tarifas de energia, por isso, de um mês para outro o valor da conta pode variar e até aumentar muito.
A bandeira verde fica vigente quando as condições estão favoráveis a geração de energia, o que não gera custos adicionais para os consumidores.
Quando as condições de geração começam a variar ficando menos favoráveis (amarela), desfavoráveis (vermelha 1), muitos desfavoráveis (vermelha 2) e extremamente desfavoráveis (escassez hídrica) é feito um acréscimo a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Dessa forma, cada bandeira tem seu respectivo custo que, em julho/22, possui os seguintes valores:
Tipo de bandeira | Condição de geração | Custo extra |
Verde | Favorável | Sem custo adicional |
Amarela | Menos favorável | R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos |
Vermelha 1 | Desfavorável | R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos |
Vermelha 2 | Muito desfavorável | R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos |
Escassez hídrica | Extremamente desfavorável | R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos |
A ANEEL divulga antes do fim do mês vigente (geralmente na última semana), qual a tarifa que vai vigorar no mês seguinte. Acompanhando essa informação, os consumidores podem se orientar e fazer um consumo consciente.
Como driblar o aumento da tarifa de energia?
Existem alternativas no mercado para driblar o aumento da tarifa de energia elétrica. A primeira é a tarifa social de energia elétrica, um benefício especial do governo para famílias de baixa renda.
Para quem não se encaixa nos requisitos para este benefício, existe a opção de gerar a própria energia, ganhando créditos de energia com a distribuidora local por meio da Geração Distribuída.
Nessa modalidade, a energia solar é a principal fonte adotada tanto em imóveis residenciais quanto industriais para minimizar os custos com eletricidade.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a potência instalada de energia solar no Brasil já é de 14 gigawatts (GW), uma capacidade de geração similar à da Usina Itaipu.
Leia também >>> Energia fotovoltaica: como funciona e como é usada no Brasil.
Mais possibilidades para economizar energia
Investir em uma infraestrutura para gerar eletricidade por meio da energia solar não é uma opção? Saiba que mesmo assim é possível consumir esse tipo de fonte e ainda economizar na conta mensal.
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