Você discute o orçamento familiar na sua casa? Independentemente de ser uma família, uma república, amigos ou irmãos que dividem apartamento, os gastos mensais devem ser analisados e monitorados para evitar contas desnecessárias e hábitos que aumentem as despesas.
De acordo com levantamento divulgado em 2019 pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) feita pelo IBGE, 72% dos gastos totais das famílias do país por mês são com alimentação, habitação e transporte.
A Fecomércio-SP divulgou uma avaliação do ano de 2021 que identificou um aumento de 33% nas despesas básicas das famílias no Brasil.
Para os lares com renda de até dois salários mínimos por mês, os gastos básicos representam 31,1% do orçamento. Já para os que recebem entre dois e 10 salários mínimos, a fatia é de 20% e acima de 25 salários 11%.
Se a inflação da cesta básica — arroz, feijão, carnes, frango, leite, óleo de soja, botijão de gás, energia elétrica residencial, combustível (gasolina, etanol, óleo diesel ou gás veicular) — também impactou o seu dia a dia, é hora de melhorar a gestão do orçamento.
Neste artigo, você vai aprender os principais detalhes sobre orçamento familiar, como organizá-lo, dividir despesas e controlar os gastos. Continue lendo e aprenda a gerir melhor o dinheiro da sua casa.
O que é um orçamento familiar e qual é a sua importância?
O orçamento familiar é uma ferramenta de gestão financeira que auxilia no controle de gastos, a partir do gerenciamento das receitas (entradas) e despesas (saídas) geradas por mês.
O objetivo é fazer um acompanhamento de todas as contas para manter a casa e também dos gastos pessoais, assim como gerenciar o retorno de investimentos e de outras fontes de renda além da principal.
Esse acompanhamento é importante porque ajuda a priorizar gastos, evitar dívidas e também a concretizar planos que dependem de um investimento financeiro.
De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78% das famílias brasileiras estão endividadas. O grande vilão para a maioria é o cartão de crédito que compromete o orçamento de 85,4% dos lares.
Também entram na lista de causas de dívidas: cheque especial, crédito consignado, cheque pré-datado, empréstimo pessoal, carnês, financiamento de carro e de casa.
Para reverter esse cenário, é preciso investir bastante esforço no controle de gastos e trabalhar com prioridades, tentando eliminar ao máximo o que é supérfluo da rotina.
O orçamento familiar ajuda a ter uma visão ampla da situação financeira da casa e a decidir qual caminho adotar, seja para sair das dívidas ou apenas para organizar onde o dinheiro é gasto todos os meses.
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Quais os tipos de orçamento familiar?
Os tipos de orçamento familiar podem ser divididos entre gastos fixos e variáveis, porém todos interagem entre si para obter o resultado final.
Na categoria das despesas, existem as fixas como aluguel, condomínio, energia elétrica, água, internet, plano telefônico, plano de saúde, serviços de streaming, etc.
As despesas variáveis, geralmente, envolvem atividades relacionadas ao lazer como viagens, presentes, happy hours do trabalho, gastos com imprevistos da casa, entre outras.
Já a categoria de receitas fixas corresponde ao salário mensal ou à aposentadoria dos membros da casa. As receitas variáveis incluem pagamentos de trabalhos freelancer, bônus e comissões dadas pela empresa.
O orçamento familiar pode ser organizado em uma planilha de dados e cada tipo pode estar em uma aba do documento e os dados relativos ao total de receitas e despesas do mês em uma aba separada para facilitar a divisão das informações.
Ao longo do ano, os dados ficam mais bem divididos e permitem ver a variação do que entrou versus o que saiu em cada mês.
Além disso, na planilha de orçamento familiar também podem ser organizados os investimentos com suas datas de saque e valor do retorno de cada aplicação.
Dessa forma, o orçamento familiar cuida tanto da saúde financeira de curto prazo quanto da de médio e longo prazo também.
Como elaborar um orçamento familiar?
Os passos para elaborar um orçamento familiar podem ser seguidos independentemente da ligação entre as pessoas envolvidas.
Por exemplo, pais podem incluir os filhos, assim como dois amigos ou o grupo de uma república ou dois namorados podem sentar e conversar sobre a organização financeira do lugar onde moram.
Algo que muda é o acesso às informações pessoais dos envolvidos, mas o importante é que em relação aos aspectos em comum, o diálogo seja aberto. Aprenda o passo a passo para começar:
Defina a ferramenta de acompanhamento
O orçamento familiar precisa ficar registrado em alguma ferramenta. Pode ser uma planilha de dados convencional ou aplicativos de gestão financeira como:
O principal é que a ferramenta utilizada seja acessível para todos os envolvidos. Assim, o repasse fica 100% transparente e todos acompanham a variação do orçamento familiar.
Dica: tenha uma conta bancária exclusiva para despesas
Para facilitar a organização do orçamento familiar, tenha uma conta bancária exclusiva para o pagamento das despesas fixas e variáveis da casa. Dessa forma, cada pessoa mantém sua conta individual e deposita na data combinada o valor correspondente às despesas do mês.
Hoje, vários bancos digitais disponibilizam contas com os serviços básicos e não geram despesas com taxas e outros encargos e podem ser usadas para essa finalidade.
Escolha o responsável pela gestão do orçamento familiar
Tanto em grupo quanto em dupla, é válido ter um responsável pelo orçamento familiar para facilitar a organização e o acompanhamento das despesas mensais.
A ideia não é eliminar as conversas entre os envolvidos, apenas definir quem ficará a frente da listagem das entradas e saídas de dinheiro. Todos devem participar das decisões, principalmente em relação à divisão das despesas.
Determine o que é essencial e o que é supérfluo
Com bens de consumo e serviços cada vez mais caros, para que o orçamento familiar funcione, é importante estabelecer o que é essencial e supérfluo entre os gastos mensais.
Depois de listar todas as despesas fixas e variáveis da casa, a família ou grupo deve discutir sobre os serviços utilizados para cortar o que não for essencial ou que está pesando no orçamento.
Mudar o provedor de internet ou o plano de celular, por exemplo, para obter uma redução de preço pode ser vantajoso. Trocar as lâmpadas e reduzir o tempo de banho são outros hábitos que ajudam a reduzir despesas básicas.
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Estabeleça uma data para analisar o orçamento mensal
Separar um momento do mês para avaliar o orçamento familiar e o total de despesas é importante para evitar o desperdício e também conversar sobre medidas necessárias para conter os gastos.
Em momentos da economia onde os preços oscilam bastante, manter as contas em ordem é desafiador. Então, todos devem colaborar, dar ideias e conversar sobre o que fazer para otimizar os gastos mensais.
Inclua metas no orçamento familiar
O orçamento familiar não serve apenas para organizar o financeiro mensal. Ele também é uma ótima ferramenta para definir objetivos relacionados a poupar dinheiro.
Ter uma reserva de emergência para despesas inesperadas e ter segurança financeira é uma decisão importante em toda casa. Para isso, é importante decidir em conjunto o quanto cada um dos envolvidos pode contribuir.
O ideal é fazer uma reserva com o equivalente ao valor de seis meses de despesas mensais.
Outras metas possíveis podem envolver tipos de investimentos de curto, médio e longo prazo, com planejamento alinhados a objetivos como fazer uma viagem, comprar um carro, financiar a casa própria, etc.
5 dicas de gestão do orçamento familiar
O orçamento familiar é uma maneira de aprender como controlar gastos e também de otimizar a receita da casa, planejando objetivos em conjunto que proporcionem a realização de metas e tragam satisfação pessoal.
Para chegar lá, é importante fazer uma gestão de orçamento que priorize o uso inteligente do dinheiro. Listamos abaixo algumas dicas simples para ajudar a gerir o financeiro, sem impor limitações.
1. Crie o hábito de pensar antes de comprar
A compra por impulso é o maior vilão do orçamento familiar. Se cada pessoa envolvida não tiver um controle financeiro próprio, no fim do mês pode faltar dinheiro para as despesas essenciais.
Então, habitue-se a fazer listas, pesquisar preços e avaliar o impacto da compra no seu orçamento e, mais importante, se ela é prioridade no momento.
Muitas vezes uma meta em comum pode vir a frente de algo pessoal, porém, isso não significa não atender os próprios desejos. Planeje a compra para o momento adequado e sempre comunique ao parceiro para que ele esteja ciente dos seus compromissos.
2. Livre-se do tabu de conversar sobre dinheiro
Tanto em família quanto em casal, conversar sobre dinheiro é saudável e contribui para que as pessoas da casa conheçam a realidade financeira de cada uma.
Os pais têm uma responsabilidade adicional que é proporcionar uma educação financeira aos filhos, ensinando a valorizar e como aproveitar melhor a mesada, criar metas, planejar uma compra, juntar dinheiro, etc.
Para casais, essa abertura é fundamental para que as responsabilidades compartilhadas não sejam negligenciadas por nenhuma das partes e exista uma parceria.
3. Crie novas fontes de renda
Aqui, você pode estar pensando que é impossível trabalhar mais, porém a dica não é essa. Uma forma vantajosa de criar novas fontes de renda é fazer investimentos.
Hoje, o mercado financeiro oferece diversas possibilidades, com rendimentos variáveis que se encaixam em diferentes objetivos.
Quer criar uma reserva de emergência? Dá para escolher um investimento de curto prazo e que permite saque a qualquer momento como o Tesouro Selic. Basta estudar cada opção e combinar quanto investir para obter um retorno vantajoso.
É claro que, caso seja viável, ter uma segunda fonte de renda com trabalho ativo também é uma opção. Planeje-se e toque projetos que além de grana extra tragam realização pessoal.
4. Trace objetivos de curto, médio e longo prazo
Na hora de planejar as metas do orçamento familiar, é válido pensar em objetivos de curto, médio e longo prazo. Em médias, os prazos são os seguintes:
- objetivos de curto prazo: 1 a 3 anos;
- objetivos de médio prazo: 5 a 10 anos;
- objetivos de longo prazo: acima de 10 anos.
Uma estratégia interessante é listar as metas e estimar o tempo que demoraria para ter o dinheiro para realizá-la. Fazer uma viagem internacional, uma festa de casamento, comprar um carro à vista, financiar uma casa, abrir um negócio são alguns exemplos.
Os investimentos são ótimos aliados, pois cada um tem sua dinâmica e prazos. Dessa forma, você pode ter um investimento para cada meta, o que ajuda a realmente colocar o planejamento em prática e evitar gastar o dinheiro com outra coisa.
5. Analise as despesas mensais fixas
Além de pensar em formas de aumentar a receita, ou seja, colocar mais dinheiro no orçamento familiar, mudanças em hábitos diários também favorecem a organização financeira.
Pense, por exemplo, nas despesas com energia elétrica. Dependendo da quantidade de pessoas da casa, essa pode ser uma conta bem alta, certo?
Então, é possível, conversar para limitar o tempo de banho quente, reduzir os dias de ar-condicionado, usar lâmpadas de LED na casa ou até estudar formas de comprar energia mais barata.
Analise também outros serviços como plano de internet, planos de celular, quantidade de serviços de streamings assinados e avalie se você realmente utiliza todo potencial de cada um e o que pode ser cortado.
Ter um olhar crítico para a forma como consumimos o que está disponível é essencial para fazer um consumo consciente e responsável, o que impacta não só o bolso, mas também o meio ambiente.
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