“Passa o cartão de crédito”.
“É só a gente ir no caixa eletrônico sacar o dinheiro”.
Talvez você já tenha sido surpreendido por uma dessas frases ou outra parecida quando nega a compra de alguma coisa para seu filho. Esse raciocínio simplista e imediatista sinaliza a necessidade de dar educação financeira para crianças desde pequenos.
Muitos pais afirmam que ensinam aos filhos a importância de ter uma vida financeira controlada, como 85% disseram fazer quando entrevistados pela Serasa para a ‘Pesquisa Finanças Infantis’.
Porém, esse aprendizado é constante e os próprios pais devem ser exemplos na prática dessa disciplina ao lidar com o próprio dinheiro.
Quer aprender como ensinar educação financeira para os filhos? Continue lendo o artigo e aprenda dicas simples e efetivas para que os pequenos entendam o papel do dinheiro e saibam gerenciá-lo.
Boa leitura!
O que é educação financeira para crianças?
A educação financeira para crianças é o ato de proporcionar conhecimento adequado sobre dinheiro, ensinando habilidades financeiras que permitam entender o seu propósito e aplicar na hora de tomar decisões financeiras, sejam elas grandes ou pequenas.
Quem tem acesso a essa instrução, aprende habilidades financeiras importantes como:
- fazer um gerenciamento financeiro pessoal;
- manter um orçamento mensal;
- criar uma poupança;
- ter investimentos;
- desenvolver a autossuficiência;
- alcançar a estabilidade financeira.
Quando o processo começa desde que os filhos são pequenos, dá para ver a evolução do aprendizado, partindo dos conceitos básicos sobre finanças como o valor do dinheiro até tópicos mais avançados como planejamento financeiro e investimentos.
Então criar um diálogo aberto em casa, dá a possibilidade para que os pais assumam a dianteira dessa parte da educação, permitindo que as crianças criem um relacionamento saudável e controlado com o dinheiro.
Por que a educação financeira desde a infância é tão importante?
A educação financeira para os filhos é um tópico importante porque quanto mais cedo as crianças entenderem a função, como o dinheiro é ganho e quais responsabilidades ele gera, maiores são as chances de crescerem disciplinados e fazerem escolhas melhores ao longo da vida.
Para alcançar esses resultados e ajudar a fixar os conceitos necessários, é preciso acompanhar as fases de desenvolvimento da criança, usando a capacidade cognitiva que ela tem no momento.
Se você tem dúvidas de por onde começar, listamos como é o comportamento das crianças em três estágios de acordo com a idade:
De 2 a 7 anos
Nesta faixa etária, as crianças começam a usar e a entender a linguagem, os comandos e ampliam seu contato com o mundo. As conexões ainda são limitadas e as crianças focam a atenção em uma situação ou objeto por vez. Então, as atividades mais estimulantes envolvem fazer algo na prática como classificar itens em grupo ou categoria.
De 7 a 11 anos
Aqui as crianças já são capazes de entender o pensamento lógico e concreto. Então, lições que expliquem quantidade de dinheiro, o que é poder de compra e a diferença entre diferentes moedas podem ser ensinadas.
A partir de 11 anos
Dos 11 anos em diante, as crianças já conseguem entender exemplos abstratos, o que permite usar exemplos para ilustrar uma situação ou propor uma análise de um caso hipotético para que ela apresente soluções.
Essas atividades podem ser feitas em família, com irmãos e até mesmo nas escolas que já incluem educação financeira para crianças como um disciplina da grade curricular.
Como vimos acima, em cada etapa é possível falar sobre dinheiro da forma adequada e ensinar progressivamente como o dinheiro faz parte da nossa vida.
Como ensinar educação financeira para crianças?
Agora que você entendeu o que é a importância, vamos dar dicas de como educar financeiramente os filhos na prática. Listamos algumas lições que podem ser repassadas e facilitar o começo dessa conversa. Confira!
1. Comece cedo as conversas sobre dinheiro
A educação financeira para crianças deve começar cedo. Não faça desse tema um tabu na sua casa. Ensine a importância de preservar os brinquedos e guardá-los no lugar para que entendam o motivo e para que a dinâmica não seja apenas quebrar e substituir.
Outras conversas importantes que podem começar desde cedo são:
- o que significa um item estar a venda;
- a variação de preço dos produtos no supermercado;
- porque comprar itens a granel vale a pena;
- porque é vantajoso aproveitar descontos, etc.
2. Adapte as lições à idade do seu filho
Como já citamos acima, as lições precisam estar adaptadas à idade da criança. Afinal, um bebê de 2 anos não saberá contar, mas consegue aprender a guardar brinquedos no lugar, por exemplo.
Então, acompanhe o desenvolvimento da criança e evolua nas lições ensinando desde a contar moedas, organizar o planejamento de uma compra até como os hábitos diários impactam no orçamento.
Um exemplo simples é deixar as luzes dos cômodos acesas sem necessidade. Se a criança entende que aquilo reflete no valor da conta de luz, consequentemente, ela compreende que é um desperdício e se atenta para evitá-lo.
Leia também: 5 dicas de como evitar o desperdício de energia elétrica.
3. Dê uma mesada mensal
A mesada é uma forma de ensinar os filhos o valor do dinheiro e dar autonomia para que eles aprendam a tomar decisões com aquilo que ganham.
Na ‘Pesquisa Finanças Infantis’ da Serasa, essa decisão ficou quase meio a meio: 51% dos pais entrevistados dão mesada mensal versus 49% que não dão. Entre as justificativas para não praticar a mesada está a idade ou querer que os filhos entendam que é importante trabalhar para conquistar o próprio dinheiro.
Essa é uma decisão importante dos pais definirem em conjunto para que a criança entenda os motivos de receber ou não a mesada e evitar divergências na frente dos pequenos.
Outro ponto válido é o amadurecimento do filho e seus argumentos para querer a mesada que podem demonstrar objetivos importantes a serem estimulados.
4. Incentive seu filho a ganhar dinheiro com o trabalho
Incentivar seu filho a ganhar dinheiro no trabalho também é uma iniciativa de educação financeira para crianças muito interessante.
As atividades podem incluir tarefas domésticas simples como guardar brinquedos, colocar a louça na pia e organizar a mochila da escola. Os filhos mais velhos podem dar monitoria para os colegas da escola cobrando um valor simbólico, ser responsável por uma tarefa da casa ou ajudar um vizinho em alguma tarefa.
Além do senso de responsabilidade, as crianças entendem melhor como funciona a dinâmica de pagamento por um trabalho, além de descobrirem coisas que fazem por prazer.
5. Envolva os filhos nas compras da família
Geralmente, os filhos vivenciam os resultados das compras como ter uma televisão nova, fazer uma viagem de férias ou ter um carro novo em casa.
Mas para manter as lições de educação financeira para crianças sempre ativas, envolva os filhos no processo de compra. Mostre como você pesquisa os preços, quais fatores analisa antes de tomar uma decisão de compra, maneiras de comparar preços em lojas diferentes, etc.
Essa é uma forma simples de ensinar a pensar antes de gastar e fazer isso considerando as possibilidades financeiras da família.
6. Deixe seus filhos decidirem sobre os próprios gastos
À medida que os filhos crescem e demonstram mais maturidade, é importante deixar que eles decidam sobre seus próprios gastos.
Tanto se ele recebe mesada ou ganha um dinheiro, é válido mostrar alternativas para aquele montante, incentivar que ele tenha objetivos e o que implica comprar agora ou poupar para a compra de um item maior.
Isso também vai ajudá-lo a entender que é preciso abrir mão de algumas coisas e que é importante pensar no propósito daquilo que está querendo comprar.
7. Explique a relação necessidades versus desejos
Por falar em objetivo, um tópico que deve ser reforçado desde sempre na educação financeira para crianças é a diferença entre necessidade e desejo.
O mercado desperta muitos desejos, mas não é possível atender a todos eles. Então, as crianças devem saber o que tem mais valor para elas e que elas não podem viver sem.
Dê exemplos explicando como vocês, os pais, se organizam financeiramente para manter a casa e o que precisam considerar antes de fazer uma compra pessoal.
Também é importante falar sobre como atender seus desejos de compra individual de forma que eles não afetem as prioridades do orçamento.
Leia também: O que é consumo consciente? 5 dicas para colocar em prática.
8. Ensine seus filhos a compartilhar
Uma lição importante da educação financeira para crianças é ensinar os filhos a compartilhar. Por exemplo, se os brinquedos forem bem preservados, quando já não tiverem o interesse de brincar, podem doá-los para instituições de crianças carentes.
Outra iniciativa válida é conversar sobre causas que eles gostariam de apoiar e, assim, doar uma quantia da mesada ou do pagamento do trabalho para uma ONG ou outra iniciativa que promova assistência social.
Dessa forma, a criança aprende a fazer um planejamento mensal e dividir a quantidade recebida para cada compromisso financeiro assumido.
9. Ensine os filhos a esperar para ganhar
Entrar em uma loja com uma criança para “dar só uma olhadinha” não é a tarefa mais fácil e, por isso, os pais precisam ser consistentes.
Esperar para ganhar deve ser algo normal, principalmente, para combater o imediatismo do consumo atual e a mentalidade “compre agora, pague depois” que é um prato cheio para criar dívidas que viram uma bola de neve.
Ajude os pequenos a criar metas para seu aniversário ou Natal e, assim, fazer compras com mais propósito e que sejam fruto da própria organização e disciplina financeira.
10. Ajude os filhos a controlar os gastos
O controle de gastos é outro aprendizado valioso da educação financeira para crianças, determinante para que os filhos cresçam acostumados a acompanhar e planejar seus gastos.
Dá para começar de forma simples usando um caderninho ou um quadrinho no quarto da criança para que ela veja:
- com o que vai gastar no mês;
- o valor que ela vai guardar para uma compra futura que planejou;
- o valor total gasto no mês;
- a quantia que vai sobrar ou não.
Para que o controle de gastos se torne um hábito, estabeleça um dia no início do mês para fazer um balanço junto com o seu filho e atualizar os dados. Essa parceria é importante, inclusive, para que os pais mostrem seu comprometimento com o orçamento familiar.
11. Ensine sobre cartões de crédito e orçamento
Essa lista de dicas sobre educação financeira para crianças não poderia terminar sem falarmos sobre cartão de crédito.
É indiscutível que ele é um meio de pagamento eficaz, porém pagar a compra no futuro não significa que não se deva pensar antes de gastar.
É importante que a criança entenda que antes de parcelar alguma coisa no cartão, é preciso analisar o orçamento mensal, as contas que não podem deixar de ser pagas e se sobra o suficiente para encaixar o valor da parcela e para se manter no restante do mês.
Para que seu filho não reduza qualquer decisão de compra a pagar no cartão só porque o dinheiro não será gasto naquele momento, explique que a decisão vai além e porque é importante pensar no gasto para não acabar com uma dívida nas mãos.
Quais são os melhores aplicativos para educação financeira infantil?
A tecnologia pode ser uma grande aliada na educação financeira para crianças. A nova geração está crescendo acostumada com a internet e por que não utilizá-la para um objetivo útil?
Existem vários aplicativos que ajudam na educação financeira utilizando uma interface lúdica que desperta o interesse das crianças na organização dos seus gastos. Conheça alguns deles:
– Tindin: o app proporciona uma experiência gamificada para que as crianças aprendam a conquistar, poupar, consumir e investir. A ferramenta pode ser gerenciada pela própria criança ou pelos pais, mas também pode ser utilizada por educadores para criar atividades personalizadas de educação financeira na sala de aula. O Tindin é gratuito (existe a versão paga) e está disponível para dispositivos Android e iOS.
– Blu: é a conta digital para crianças e adolescentes do banco BS2. Os responsáveis pela gestão e movimentação do dinheiro na conta são os responsáveis, mesmo que não sejam correntistas da instituição. O app propõe desafios que rendem prêmios para os usuários e a interface é adaptada para que as crianças aprendam os conceitos básicos de finanças. O Blu também é gratuito e está disponível para Android e iOS.
– O Meu Banco: é um aplicativo muito útil para controlar os gastos da mesada sem necessariamente abrir uma conta corrente real. O app funciona como um banco fictício onde os pais criam as regras a serem seguidas e a criança pode acompanhar seus gastos durante o mês. A interface é bastante simples e, por isso, fácil de aprender a usar. O app é gratuito e compatível com aparelhos Android e iOS.
Economize nos gastos essenciais da sua casa
Os gastos essenciais costumam ser os mais altos da casa e encontrar formas de reduzir esses custos é sempre vantajoso, certo? Aliás, essa é uma lição valiosa para os filhos também: encontrar formas inteligentes de economizar.
Se o seu objetivo é economizar na conta de luz, existe a opção de comprar energia elétrica de fontes alternativas, sabia? Quem é atendido pela Cemig em Minas Gerais, pode economizar 16% na conta de luz usando fontes de energia limpa.
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