O consumo e a demanda por eletricidade aumentam a cada dia. Hoje, o sistema de distribuição de energia é gerenciado pela Aneel e pelas empresas concessionárias. Porém, o modelo atual não cobre todo território nacional e, nesta brecha do mercado, os microgrids entram em ação.
No Brasil, como em outros países, a geração de energia elétrica é centralizada nas grandes usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. A distribuição da produção acontece por meio de uma complexa rede de cabos de alta tensão que abrange boa parte do país.
Ao chegar nas cidades, a carga se distribui por meio dos cabos de baixa tensão que formam as linhas urbanas de abastecimento.
Porém, o alto índice de emissão de carbono na atmosfera está colocando o planeta em alerta, devido às alterações percebidas no clima, na qualidade do ar e na saúde dos ecossistemas animais e vegetais.
Por isso, a descentralização e a descarbonização na geração de energia elétrica são tópicos atuais com soluções viáveis, como a implementação dos microgrids.
Continue no artigo e entenda o que são as microrredes, como funcionam, as vantagens de utilizá-las e como esse recurso pode influenciar o futuro da distribuição de energia.
Boa leitura!
O que são microgrids?
Os microgrids, ou microrredes, são pequenos sistemas elétricos que geram energia por meio de fontes renováveis (fotovoltaicas, eólicos, hidrelétricas, biomassa e biodiesel) e armazenam a produção em baterias controladas por meio de sistemas inteligentes para abastecimento local, como pequenas comunidades ou complexos industriais.
Dessa forma, os microgrids chegam até a áreas remotas, como zonas rurais e regiões extremas do país, levando energia aos pontos que não são cobertos pelo Sistema Interligado Nacional.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), quase um milhão de pessoas não têm acesso público à energia elétrica no Brasil.
No cenário global, 733 milhões de pessoas não têm eletricidade em suas casas e 90% desse montante continuará nessa situação até 2030, conforme o relatório ‘Tracking SDG 7: The Energy Progress Report‘, feito pelo Banco Mundial.
Devido à falta de abastecimento, a população recorre a soluções próprias, utilizando energia solar, mas muitas pessoas utilizam métodos de geração poluentes e caros, como os geradores a diesel.
Com a instalação de microgrids, vizinhanças e comunidades ganham autonomia energética, o que possibilita escolher entre ficar parcial ou totalmente desconectado da rede elétrica da concessionária.
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Como as microrredes funcionam?
As microrredes podem funcionar de três formas: remotamente, conectadas à rede principal do país e conectadas em grupos.
As microrredes remotas, ou fora da rede, são instaladas em locais distantes que não são ligados à rede elétrica principal.
Esse sistema funciona com energia renovável, como energia eólica ou solar, e está permanentemente em modo isolado, necessitando de baterias para armazenar o excedente gerado.
Já as microrredes conectadas à rede principal podem se desconectar se houver problema no fornecimento de energia. Assim, quando uma interrupção ou pico de energia acontece, o microgrid entra em ação.
Por fim, as microrredes em grupos funcionam conectadas entre si para atender uma área geográfica maior, como uma comunidade ou cidade.
O funcionamento dos sistemas por meio de recursos naturais e renováveis reduz consideravelmente as emissões de carbono, contribuindo com o processo de descarbonização da economia.
Além disso, o modelo ajuda a democratizar o acesso à eletricidade, proporcionando segurança energética à população, qualidade e confiabilidade no fornecimento.
Quais são as vantagens de usar microgrids?
As principais vantagens do uso de microgrids são:
1. Autonomia para gerar e armazenar energia
A autonomia para gerar e armazenar energia elétrica, principalmente em regiões remotas, é uma vantagem que reforça a utilidade dos microgrids.
O avanço das tecnologias de geração renovável e o aumento da capacidade das baterias possibilita o abastecimento contínuo, seguro e de qualidade das regiões atendidas quando o sistema não está ligado à rede elétrica principal.
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2. Reduz as emissões de gases estufa
Como a geração de energia nos microgrids utiliza fontes de energia limpa, o processo de geração contribui para a redução das emissões de gases estufa, como carbono, metano, óxido nitroso, ozônio, entre outros.
A maioria das fontes renováveis não causa impacto no meio ambiente durante o processo de geração de energia, garantindo o melhor aproveitamento possível dos insumos utilizados.
3. Aumenta o acesso à eletricidade
Outra vantagem dos microgrids é aumentar o acesso da população à eletricidade. Em países com grande dimensão territorial, como o Brasil, fazer a energia chegar a todas as regiões é um desafio.
A implementação das microrredes pode reduzir essa diferença, facilitando o abastecimento por meio de um sistema mais simples, porém inteligente e bastante efetivo para garantir energia de qualidade.
4. Reduz os custos de geração
Os custos com a geração de energia por meio de microgrids é menor comparado aos métodos de geração tradicional das usinas hidrelétricas e termelétricas do país.
A escassez de água, por exemplo, é um dos fatores que aumenta o custo de geração. Quando isso acontece, as usinas termelétricas são acionadas.
Porém, o custo de operação é alto, o que aumenta o valor da energia para o consumidor. Com os microgrids, os custos mensais para as unidades consumidoras é menor.
5. Melhora o controle de qualidade da energia
O controle de qualidade da energia é uma vantagem essencial, pois garante que as unidades não passem por problemas, como interrupção no abastecimento, picos de energia, entre outros.
O operador da rede controla a distribuição de forma mais efetiva, monitorando o funcionamento da estrutura local e prevenindo eventos que interfiram na confiabilidade e segurança da rede.
Energia descentralizada e o futuro da distribuição
Os países estão atentos às melhorias na distribuição e acesso à energia elétrica, o que cria um cenário positivo para a existência e expansão dos microgrids no futuro.
Possivelmente, a geração de energia descentralizada irá coexistir com a geração centralizada, o modelo predominante no momento. Porém, as mudanças no método de distribuição ainda são incertas.
O posicionamento dos governos e das empresas privadas que comandam o sistema elétrico, assim como a criação de um mercado para a popularização dos microgrids, vão apontar os rumos que o novo método tomará nos próximos anos.
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